A semana começou estendendo o forte estresse de investidores com a condução das políticas econômicas brasileiras, levando a taxa de câmbio além do patamar de R$ 5,70 na terça-feira (02). Contudo, após sinalização do governo federal de compromisso com o equilíbrio fiscal, o câmbio inverteu seu sentido e interrompeu uma sequência de seis semanas de altas consecutivas. O dólar negociado no mercado interbancário terminou a semana em alta pela sexta semana consecutiva, encerrando a sessão desta sexta-feira (05) cotado a R$ 5,463, recuo semanal e mensal de 2,3%, porém alta anual de 12,6%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,9 pontos, variação de -0,9% na semana e no mês e de +3,5% no ano.
A primeira semana de julho foi positiva para as cotações da soja em Chicago, com o vencimento para a agosto encerrando a sexta-feira (dia 05) em 1166,25 cents por bushel, ganhos de 2,9% no período. Na semana, que foi encurtada devido ao feriado de 04 de julho nos EUA, o clima continua no radar dos investidores. 67% das lavouras se mantêm em condições boas/excelentes, mesmo número da semana anterior. O foco será no registro de boas condições de safra a partir do começo de agosto, mês que concentra o enchimento do grão na safra dos EUA, sendo determinante para a produtividade. Ainda do lado da demanda, dados oficiais de esmagamento dentro das estimativas também ajudaram no movimento semanal.
Em semana encurtada, milho se mantém estável em Chicago
Na semana passada (01/07 a 05/07), os contratos futuros de milho negociados na CBOT pouco variaram, com vencimento em setembro encerrando cotado a 410,50 cents/bu, avanço semanal de apenas 0,7%. Um recuo das condições boas/excelentes da safra norte-americana em dois pontos percentuais pode ter inspirado uma alta entre a segunda-feira e a terça-feira, mas os fatores baixistas, que vêm dominando o mercado se fizeram presentes, fazendo com que os contratos operassem em baixa na véspera do feriado de 4 de julho. No entanto, em uma sessão de liquidez reduzida, na sexta-feira, os futuros se recuperaram, entregando o resultado modestamente positivo observado na semana. Na B3, o movimento dos futuros foi em direção oposta, com o vencimento de julho encerrando a sessão negociado a R$ 55,92/sc (-1,6%), favorecido por um aumento da oferta doméstica, conforme a colheita do milho safrinha vem avançando, atingindo já 63,7% de acordo com o número da StoneX do último dia 5 de julho; o ritmo é o mais acelerado desde que a StoneX passou a contabilizar esse indicador, na safra 18/19. Se o avanço da colheita é um fator de baixa para o milho, o atraso na comercialização é um importante fator de alta, que tem ajudado a limitar as perdas do cereal no mercado brasileiro.
A última semana foi de intensa movimentação no mercado de óleos vegetais, com grande destaque para a forte alta verificada para o óleo de soja na bolsa de Chicago. O contrato mais líquido, o ago/24, registrou impressionantes 12,4% de avanço no período para encerrar cotado a US¢ 49,6/lb, em um forte movimento de realização de lucros por parte de fundos especulativos que, vale lembrar, se encontravam em sua segunda posição mais vendida na história. Vale destacar que depois do forte movimento, o Índice de Força Relativa (IFR) agora aponta para uma condição sobrecomprada na bolsa, o que abre espaço para proporcionar correções.
O óleo de palma, por sua vez, foi puxado pela alta observada na CBOT principalmente nos primeiros pregões da semana, apoiado também por prévias positivas para as importações indianas de palma em junho. No restante da semana observou-se o mercado devolvendo parte dos ganhos, em meio às estimativas dos agentes de avanço nos estoques e queda das exportações da Malásia também em junho. O contrato de set/24 fechou a USD 858,7/t, alta semanal de 3,1%.
Nas últimas semanas, participantes do mercado de nitrogenados estiveram preocupados com o Egito, pois a produção de ureia do país estava reduzida. No entanto, gradualmente, a produção do país tem retomado os níveis típicos, e acredita-se que, nas próximas semanas, a situação ser normalizará. Ao mesmo tempo, investidores seguem cautelosos, acompanhando uma licitação de ureia na Índia, onde o país busca assegurar os insumos para a sua safra Kharif. Assim, nos últimos dias, os preços CFR Brasil da ureia diminuíram. No mercado de fosfatados, os fundamentos continuam apertados: a oferta de produtos está limitada, e a demanda está aquecida, e isso elevou os preços CFR. Por fim, no mercado de potássicos, os preços CFR permaneceram estáveis, e não houve alterações significativa nos fundamentos desse segmento.
Nesta sexta-feira (05), o contrato mais ativo do açúcar em NY (Out/24) fechou o pregão cotado a US¢ 20,14/lb, queda diária de 39 pontos (-1,9%). Na semana, as cotações tiveram ligeira queda; contudo, as sessões registraram relevante volatilidade. Na terça, por exemplo, os agentes testaram os níveis abaixo de US¢ 20,00/lb, mas o desempenho intradiário evidenciou a consolidação dos negócios acima desse patamar – uma vez que, ao longo desse dia, os preços subiram significativamente. O sentimento altista parece de fato precificar um Centro-Sul menor frente ao esperado, dados os resultados de mix e ATR desapontadores. A qualidade da cana se prejudicou no período de seca na região entre novembro e março, uma vez que sua intensidade foi maior unida a um clima mais quente em relação à média. Nesse sentido, é possível que a disponibilidade de açúcar brasileiro para exportações seja limitada ao longo do ano e, assim, o último trimestre de 2024 e início de 2025 pode apresentar estoques mais apertados, como já fica evidente pelos spreads – o mar/25-mai/25, por exemplo, subiu significativamente desde maio, operando hoje na casa dos 80 pontos.
Depois de terminar o mês de junho com um incremento de 2,5%, os preços futuros de café arábica apresentou um avanço de apenas 0,9% na última semana, reagindo as movimentações dos preços no terminal londrino – o café arábica terminou a sexta-feira (05) cotado em US₵ 228,95/lb. Em Londres, as cotações de café robusta terminaram o mês de junho com um avanço de apenas 0,6%, pressionados no fim do mês em meio ao grande número de avisos de entrega para o contrato de julho. No entanto, na última semana, o café robusta voltou a avançar e terminou o período com uma valorização de 4,3%, fechando a última sexta cotado em USD 4184/ton.
Na última semana houve um menor volume de contratos negociados devido ao feriado no dia 04 de julho nos EUA. Ademais, sem grandes mudanças do ponto de vista dos fundamentos, as movimentações foram predominantemente impactadas por fatores técnicos. Na semana, o Dollar Index apresentou uma queda de 0,9% para 104,53 pontos e o par USDBRL teve uma queda de 2,4% para 5,46.
Durante a última semana, entre os dias 1 e 5 de julho, as cotações nos mercados futuros de cacau apresentaram variação relativamente mais branda em comparação ao que vem sendo observado nos últimos meses. Em Nova Iorque, o preço para o contrato mais ativo (setembro de 2024, CCU24) aumentou 1,5%, fechando o pregão de sexta-feira em USD 7.731/ton. Em Londres, a variação para a mesma tela foi maior, com valorização de 2,9% e fechamento em GBP 6.589/ton.
A maior estabilidade dos preços durante a última semana e início desta (08/7) pode estar relacionada a uma cautela por parte dos agentes de mercado, que operam em compasso de espera pela divulgação dos dados de moagem nos principais países consumidores para o segundo trimestre de 2024. No dia 11/07 (quinta-feira), a European Cocoa Association (ECA) divulgará os dados de moagem das principais indústrias na Europa. No dia 18/07 (quinta-feira), serão divulgados os dados correspondentes para os Estados Unidos, pela National Confectioners Association (NCA), e para a Ásia, pela Cocoa Association of Asia (CAA).
Na última semana, as cotações de futuros do contrato mais ativo do Brent acumularam alta de 1,81%, negociadas a USD 86,54 bbl na última sexta-feira (05), enquanto o WTI registrou um avanço semanal de 1,99%, negociado em USD 83,16 bbl. Os futuros do petróleo seguiram em alta pela quarta semana consecutiva, chegando a operar acima de USD 87 bbl em algumas sessões. Entre os fundamentos de suporte, destaca-se a forte queda dos estoques de petróleo nos Estados Unidos, bem como o avanço do furacão Beryl em direção ao Texas e enfraquecimento do Dollar Index ao longo da semana. Ademais, os contratos cederam parte desses ganhos em meio novos rumores de um cessar fogo em Gaza.
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