Fonte: StoneX cmdtyView.
A semana foi marcada pela valorização generalizada do dólar frente a outras moedas após a vitória expressiva de Donald Trump na eleição presidencial americana aumentar as expectativas para o crescimento econômico, inflação e nível de juros no país. Entretanto, o real foi uma das poucas moedas que se fortaleceu frente ao dólar em meio à expectativa de anúncio de medidas de ajuste fiscal no Brasil. O dólar negociado no mercado interbancário interrompeu uma sequência de cinco semanas em alta e terminou a sessão desta sexta-feira (08) em queda, cotado a R$ 5,738, variação de -2,3% na semana, -0,8% no mês e +18,3% no ano. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 105,0 pontos, ganho semanal de 0,7%, mensal de 1,0% e anual de 3,7%.
Na semana passada, as cotações da soja em Chicago registraram alta, com o vencimento para janeiro terminando a sexta-feira (dia 8) em 1030,25 cents por bushel, avanço de 3,7% no período, voltando para acima de USD 10,00 por bushel. Destaque para a revisão de dados da safra norte-americana 24/25, enquanto no Brasil, as perspectivas se mantêm favoráveis à medida que o plantio da oleaginosa avança. A estimativa do USDA agora aponta para uma produção de 121,4 milhões de toneladas de soja nos EUA, não sendo mais uma safra recorde ao ficar atrás do registrado no ciclo 21/22. O número é puxado por uma queda no rendimento médio, que passou de 3,57 ton/ha para 3,48 ton/ha após recuos mais substantivos nos estados de Iowa Illinois. Além disso, no Brasil, o plantio segue sem muitas dificuldades e as chuvas devem continuar, principalmente na região centro-oeste e sudeste, podendo favorecer o desenvolvimento das lavouras.
Milho se valoriza após revisões para a produtividade dos EUA
A semana foi movimentada para o mercado de grãos, com as notícias vindo principalmente dos EUA. Após o resultado das eleições do país, decisão do Fed e o Relatório de Oferta & Demanda do USDA, a semana acabou sendo positiva para os futuros de milho. O vencimento de março/25 em Chicago encerrou a semana negociado a US$444,25/bu, uma alta de 3,5% no período. Por mais que um dólar fortalecido após a vitória de Donald Trump tenha ajudado a pressionar as cotações de commodities norte-americanas, reduções nas perspectivas de produtividade da safra dos EUA e uma demanda que segue apresentando bons sinais ajudaram a sustentar os preços futuros.
A valorização do dólar ajudou a limitar ganhos na B3, onde os futuros do milho acumularam altas muito mais ligeiras. O janeiro/25 terminou a sessão negociado a R$76,82/sc, alta de 0,1% na semana, alta muito menor ao observado em Chicago.
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O óleo de soja registrou uma forte valorização de 5,3% na última semana, terminando o período cotado a US¢ 48,8/lb. Os fortes avanços no período ocorreram a partir da quarta-feira (6), com a confirmação da eleição de Donald Trump para seu segundo mandato na presidência dos Estados Unidos. Ao passo que no médio/longo prazo, as políticas de biocombustíveis podem perder alguns incentivos e ter seu ritmo de crescimento afetado, no curto prazo, os receios são quanto à postura protecionista do próximo presidente, especialmente em relação à China. Nesse sentido, as especulações têm sido de que a demanda pelo óleo de soja produzido internamente pode crescer no país no próximo ano. Mais tarde, as atualizações do USDA também apresentaram um resultado altista para o mercado, tanto para o complexo de soja como para os óleos vegetais de maneira geral.
No mercado de nitrogenados, o destaque foi a queda dos preços CFR da ureia, que, na comparação semanal, diminuíram US$ 20/tonelada. Atualmente, negócios para a ureia CFR no Brasil são realizados por US$ 351/ton. No mercado de fosfatados, as cotações CFR permaneceram estáveis, com exceção do TSP, que apresentou uma pequena redução. No segmento de potássicos, por fim, onde a situação é marcada por uma ampla oferta, e uma demanda que não impressiona, os preços tampouco mudaram. Vale lembrar que, para o caso dos fosfatados e potássicos, existe uma expectativa de que a demanda brasileira diminua nos últimos meses do ano.
No pregão de hoje (08), o açúcar em Nova Iorque registrou queda diária de 38 pontos, mais do que devolvendo os ganhos da quarta e quinta-feira, fechando abaixo de US¢ 20,00/lb, em US¢ 21,82/lb – recuo semanal de 25 pontos (-1,1%). No geral, os agentes parecem confortáveis com o patamar atual de preços, ao redor de US¢ 20,00/lb, que é a média exata de novembro, nestes primeiros 6 pregões do mês e próxima da média de 20 dias (US¢ 22,14/lb). Nesse sentido, até haver novidades, é possível que o mercado fique mais estável, com um viés mais baixista pelo lado dos fundamentos, que pode ser ilustrado pela trajetória gradual de desvalorização recente do NY#11 – que cai pela quinta semana seguida.
Os preços futuros de café terminaram a semana em alta reagindo aos relatos de problemas no pegamento da florada do café no Brasil, o que seria reflexo do clima adverso em setembro. Além disso, a aproximação do primeiro dia de aviso para o vencimento de dezembro para o arábica e o vencimento de opções também influenciaram os preços futuros de café. Do ponto de vista macroeconômico, o fortalecimento do dólar, após a eleição de Donald Trump nos EUA, contribuiu para pressionar as cotações, principalmente na sessão desta sexta-feira (08).
Em Nova Iorque, o contrato mais ativo, com vencimento em março, terminou a semana com uma alta de 1070 pontos (4,4%), cotado em US¢ 253,10/lb. No terminal londrino, o principal contrato teve um avanço de USD 97/ton (2,3%), fechando a sessão cotado em USD 4376/ton. O Dollar Index contabilizava um avanço de 0,7%. No entanto, o par USDBRL apresentou uma queda de 1,8% no balanço semanal até o momento da escrita deste relatório.
Entre os dias 1 e 8 de novembro, o preço do cacau no mercado futuro apresentou flutuações pouco definidas, com a maioria dos contratos fechando o período em alta moderada. A variação semanal mista reflete uma falta de direcionamento claro nas cotações, influenciadas especialmente por novas informações sobre o desenvolvimento da safra 2024/25 na Oeste Africano. Por um lado, o bom início das entregas semanais de amêndoas na Costa do Marfim, aliado a relatos favoráveis de produtores e autoridades locais sobre o andamento da safra, trouxe um certo alívio quanto às preocupações com a oferta do produto. Por outro lado, o aumento expressivo das chuvas desde setembro tem reacendido o alerta entre investidores quanto aos possíveis impactos de desequilíbrios climáticos na produção, em um contexto de escassez global e fragilidades estruturais evidentes entre os produtores locais.
Na última semana, as cotações de futuros do Brent encerraram o período com uma alta de 1,05%, sendo negociados na sexta-feira (08) a USD 73,87 bbl. Os contratos do WTI seguiram a mesma trajetória, acumulando uma alta de 1,28% na semana, cotados a USD 70,38 bbl. A alta é explicada pelo movimento no início da semana, quando a OPEP decidiu adiar a retomada do aumento da produção para o início do ano que vem. Entretanto, parte dos ganhos acumulados no período foram revertidos com a vitória do republicano Donald Trump nos Estados Unidos, aumentando as incertezas sobre o mercado de petróleo, especialmente sobre os impactos no consumo chinês.
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