Fonte: StoneX cmdtyView. *Valores referentes à variação do primeiro contrato contínuo para as respectivas commodities.

A semana foi marcada pelos receios de que a imprevisibilidade das políticas econômicas americanas e a “guerra tarifária” entre EUA e China provoquem uma recessão econômica global, resultando em ampla volatilidade e pessimismo nos mercados financeiros globais. Isto, por sua vez, alavancou o desempenho de ativos considerados “portos seguros”, como o ouro, franco suíço e o iene, e enfraqueceu o dólar globalmente. A taxa de câmbio do real terminou a sessão desta sexta-feira (11) cotada a 5,8703, variação de +0,5% na semana, +2,9% no mês e -5,0% no ano. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 99,9 pontos, recuo semanal de 3,0%, mensal de 4,1% e anual de 7,6%.

No começo do mês de abril, as cotações da soja em Chicago foram muito pressionadas, uma vez que a China, que é o maior importador global da oleaginosa, compra a maior parte do grão do Brasil e dos EUA. Contudo, na metade da semana passada, Trump anunciou que adiaria a imposição de tarifas para os países que não retaliaram, o que aliviou o humor dos mercados, com a soja e outros ativos mais arriscados mostrando uma recuperação. Mesmo assim, uma vez que a China adotou uma posição retaliatória, vimos uma escalada na tarifação entre os dois países, atingindo níveis que praticamente impossibilitam o comércio bilateral. Com isso, o vencimento mais próximo da soja em Chicago encerrou a semana negociado a US¢1042,75/bu (+6,7%).
Também na semana passada, o USDA divulgou uma atualização das suas estimativas de Oferta & Demanda, que trouxe ajustes pequenos, com destaque para um aumento na estimativa de esmagamento dos EUA seguindo um cenário de consumo doméstico aquecido. A demanda norte-americana por soja para esmagamento pode se reforçar ainda mais, uma vez que existem conversas entre produtores de biocombustíveis com o governo discutindo a possibilidade de aumento dos mandatos de mistura de biodiesel e diesel renovável.

Milho segue vendo ganhos com fundamentos fortalecidos
Todos os fundamentos apontaram para altas no mercado de milho na semana passada. Uma cessão da maior parte das tarifas dos EUA contra parceiros comerciais somou-se a um WASDE fortemente altista para entregar uma valorização de 6,5% para o contrato contínuo do milho em Chicago, que era negociado, no fechamento da última sexta-feira, a US¢490,25/bu. O plantio já se iniciou nos EUA e o mercado passará a sofrer cada vez mais influência do mercado climático daqui para frente. Além disso, agentes seguem atentos para o desenvolvimento da safrinha no Brasil, onde os preços, tanto físicos quanto futuros, também vieram operando em alta. A valorização no mercado internacional abriu espaço para novos ganhos também na bolsa brasileira, onde o contrato de mai/25 encerrou a semana em alta de 3,8%, negociado a R$79,34/saca.
O USDA realizou uma já esperada revisão positiva para as exportações de milho dos EUA, o que pressionou os estoques finais do país, trazendo a relação estoque/uso para baixo dos 10% pela primeira vez em 3 anos.
No mais, o mercado acompanha fortemente o clima, tanto ao norte quanto ao sul, uma vez o mês de abril conta com o início do plantio da safra de verão nos EUA, bem como conta com a entrada das lavouras da safrinha brasileira no período de pendoamento, momento crucial para o pleno desenvolvimento dos milharais.
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Por mais uma semana, o mercado de óleo de soja repercutiu os desdobramentos do conflito de tarifas de importação gerados pelo governo americano, além de acompanhar os desdobramentos nas negociações sobre os RVOs nos EUA e as atualizações das estimativas do USDA. Puxado também por um avanço semanal nas cotações da soja em grão, o óleo de soja encerrou o período com ganhos de 3,3% frente à sexta-feira anterior (4), com a tela de mai/25 cotada a US¢ 47,4/lb.
O óleo de palma terminou a semana passada em retração de 2,4% na bolsa da Malásia, cotado a USD 952,9/t. Além do avanço do conflito tarifário, com preocupações em relação às vendas do óleo ao mercado americano, o mercado repercutiu os dados oficiais da indústria na Malásia, a atualização das estimativas do USDA e os dados de importação e estoques da Índia.

Desde a semana passada, os preços CFR dos fosfatados subiram no mercado brasileiro. Houve uma valorização do MAP, do TSP e do SSP no Brasil, e esse crescimento das cotações pode impactar negativamente no poder de compra do agricultor. Um aumento de preço também foi observado para o cloreto de potássio, pois a demanda por esse tipo de fertilizante tem chamado a atenção, algo um pouco incomum para essa época do ano. Os preços da ureia, por outro lado, mostraram sinais de fraqueza, pois, nos últimos dias, foi registrada uma pequena redução para as cotações do nitrogenado.


Esta semana ficou marcada pela continuidade de uma tendência baixista iniciada no dia 03/04, momento em que os mercados passaram a repercutir os impactos dos novos anúncios das tarifas aplicadas pelos EUA, trazendo forte sentimento baixista para o mercado de commodities, particularmente o petróleo. A tela de maio (SBK5) encerrou a sexta-feira (11) na marca de US¢ 18,84/lb, recuo semanal de 4,5%. Pelo lado dos fundamentos, o Centro-Sul – que conta com perspectiva de aumento de chuvas em abril, poderá ser um fator avaliado pelo mercado, o que por um lado pode atrasar o início da temporada, mas também melhorar o desempenho da temporada após uma sequência de meses mais secos ao início de 2025.

Os preços futuros do café arábica e do robusta encerraram a última semana em queda, refletindo um cenário turbulento no campo macroeconômico. As cotações oscilaram fortemente ao longo dos últimos dias, influenciadas pelas novas tarifas anunciadas pelos Estados Unidos sobre importações provenientes de diversos países, bem como pelas mudanças repentinas nas decisões do presidente Donald Trump.
Nesse ambiente de incertezas, os preços futuros do café foram marcados por forte volatilidade. Na sessão de quarta-feira (09), por exemplo, os contratos acumulavam queda de 6,3% em relação à sexta-feira anterior (04), chegando a atingir a mínima de US¢ 323,90/lb. O câmbio também foi impactado: na terça-feira (08), o dólar fechou cotado a USDBRL 6,01, alta de 2,9% se comparado com o fechamento da semana anterior, chegando a atingir a máxima de USDBRL 6,11 na quarta-feira (09).

Entre os dias 4 e 11 de abril, os contratos futuros de cacau registraram leve recuo nos mercados internacionais. O comportamento do mercado ao longo da semana foi marcado por uma postura cautelosa por parte dos agentes, reflexo do aumento das incertezas tanto no que se refere à dinâmica do setor cacaueiro quanto ao cenário macroeconômico internacional, que têm se apresentado menos previsível. Em relação à dinâmica interna, as dúvidas concentram‑se sobretudo na oferta da safra intermediária no Oeste Africano. Em contrapartida, dúvidas quanto à resiliência da demanda global permanecem em questão. No campo macroeconômico, a volatilidade nas cotações de cacau foi intensificada pelas recentes tensões no comércio internacional, especialmente após a imposição das tarifas de “reciprocidade” pelos Estados Unidos.


Na última semana, as cotações de futuros do Brent encerraram o período em queda de 1,25%, sendo negociados na sexta-feira (11) a USD 64,76 bbl. Os contratos do WTI seguiram trajetória semelhante, recuando 0,79% na semana, cotados a USD 61,55 bbl. Após atingir o menor patamar desde fev/21, os contratos do petróleo voltaram a operar em alta, recuperando parte das perdas. Esse movimento foi influenciado pela mudança das tarifas anunciadas por Donald Trump, com o abrandamento aliviando o pessimismo dos investidores. Entretanto, o acirramento com a China ainda limita maiores recuperações dos contratos, o que levou a queda na semana.


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