Abertura de Câmbio

Dólar inicia a sexta em disparada,
cotado ao redor de R$ 5,30
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Câmbio repercute aversão a riscos fiscais no Brasil
e preocupação com recessão no cenário global

O par real/dólar apresentava firme tendência de alta nas primeiras operações desta sexta-feira (01). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,30, variação de +1,3% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 105,3 pontos, ganho de 0,6% em relação ao fechamento de quinta-feira. O mercado de divisas começou o semestre preocupado com as possibilidades de uma estagflação em escala global, após a inflação na zona do euro registrar aceleração de 8,6% para o mês de junho, maio valor na série histórica com início em 1997. Há um temor crescente entre analistas de mercado de que haverá uma desaceleração econômica global significativa antes das taxas de inflação começarem a se reduzir maneira perceptível. No Brasil, os investidores devem repercutir a aprovação, em dois turnos e por larga maioria de votos, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui estado de emergência para 2022 e cria e amplia diversos benefícios sociais a menos de 100 dias das eleições de outubro. Na agenda do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de maio, às 09h00min, a S&P Global informa o Índice Gerente de Compras (PMI) da indústria brasileira, às 10h00min e o instituto ISM publica o PMI industrial dos EUA, às 11h00min.

O dólar negociado no mercado interbancário operava em forte elevação na manhã desta sexta-feira, repercutindo a maior percepção de riscos fiscais no Brasil após o Senado Federal aprovar, ontem, em dois turnos e por larga maioria de votos, a PEC 1/2022, que decreta “estado de emergência decorrente da elevação extraordinária e imprevisível dos preços do petróleo, combustíveis e seus derivados e dos impactos sociais deles decorrentes” para o ano de 2022. O texto-base do projeto foi apresentado às 11h40min de quarta, modificado na quinta e aprovado no mesmo dia pelos parlamentares. Segundo o relator, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), o impacto fiscal da proposta será de R$ 41,25 bilhões, porém nenhum detalhamento dos cálculos foi apresentado e nenhuma outra instituição pôde fazer sua própria estimativa antes da votação. Dentre as principais medidas aprovadas no texto substitutivo, estão a declaração do estado de emergência, o aumento temporário de R$ 200 no Auxílio Brasil por cinco meses, a inclusão imediata de todas as famílias cadastradas no programa que ainda não recebem este benefício, a duplicação do valor do Auxílio Gás, a criação de um auxílio financeiro de R$ 1000 para caminhoneiros autônomos por seis meses, a criação de um auxílio financeiro para taxistas de valor não mencionado, o subsídio à gratuidade para idosos no transporte coletivo, a compensação financeira aos Estados para garantir competitividade tributária do etanol hidratado em relação à gasolina e a suplementação orçamentária em R$ 500 mil para o Programa Alimenta Brasil.

No exterior, o ambiente de negócios é pessimista após o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) da zona do euro registrar aceleração de 8,6% no acumulado em 12 meses neste mês de junho, maio valor na série histórica com início em 1997. Tal leitura foi acima da mediana das expectativas de analistas, que apontava para crescimento de 8,4% no período. Os investidores estão receosos sobre a possibilidade de a inflação se tornar excessivamente acelerada, disseminada e persistente no bloco econômico, e o Banco Central Europeu já sinalizou que elevará seus juros nas próximas duas decisões de política monetária, antevendo um reajuste de 0,25 p.p. em julho e outro de 0,25 p.p. ou de 0,50 p.p. em setembro. Contudo, para conter preços em uma aceleração não vista há décadas, é provável que os bancos centrais precisem realizar um aperto monetário agressivo, o que pode, por consequência, contrair o crescimento econômico de seus países.

Por fim, é digno de nota que o Índice Gerente de Compras (PMI) para o mês de junho nos Estados Unidos se reduziu para o menor nível em dois anos, segundo o instituto ISM. Embora tenha se mantido em patamar de expansão (acima dos 50 pontos), o PMI passou de 56,1 pontos em maio para 53 em junho, menor que a mediana das estimativas de analistas, que apontavam para uma leitura de 55,0 pontos. Chamou a atenção as leituras abaixo do esperado para preços pagos (78,5 pontos, contra uma expectativa de 80,0 pontos), novos pedidos (49,2 contra 52,0) e emprego (47,3 contra 50,0). A queda maior que a antecipada para o índice sugere uma desaceleração no mês de junho, ampliando receios de analistas sobre a possibilidade de uma recessão econômica nos Estados Unidos no curto prazo.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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