Aguardando a publicação da ata da última decisão do Federal Reserve, os mercados acionários e de commodities buscavam se recuperar na manhã desta quarta-feira (6), tentando compensar parte do forte ajuste negativo da véspera, motivado pelos receios crescentes de uma desaceleração da economia global. Nos mercados de moedas, no entanto, o dólar continuava a demonstrar força: na primeira meia hora de negociações no Brasil, a taxa de câmbio oscilava em torno dos R$ 5,415, registrando alta diária de 0,5%. O dollar index, que já havia alcançado seu maior valor desde dezembro de 2002 na véspera, consolidava seus ganhos e se aproximava da marca de 107 pontos nas máximas do dia.
Na tarde de hoje, os próximos passos da política monetária americana estarão no centro das atenções dos investidores, que vasculharão o texto da ata por sinais que confirmem as expectativas de mais uma elevação de 75 pontos base da meta para a taxa de juros do Fed. A manutenção de uma postura mais agressiva pelo banco central tende a conferir fôlego para o dólar e a confirmar a perspectiva de que uma aterrisagem suave da economia americana – estabilizando o nível de preços e a atividade econômica simultaneamente – será pouco provável.
Ainda, merecem atenção os dados do PMI e da pesquisa do ISM para o setor de serviços dos Estados Unidos, que serão publicados ainda pela manhã. A mediana das apostas dos analistas sugere um arrefecimento das atividades do setor, com ambos os índices recuando em relação ao observado em maio e aproximando-se de uma condição de retração. Entretanto, assim como percebido nos levantamentos para a indústria, a análise dos componentes de ambos os indicadores será tão relevante quanto o índice cheio. O número de novos pedidos e, particularmente, o ritmo de abertura de vagas de emprego, serão cruciais para se avaliar o cenário futuro e validar projeções para o relatório de situação do emprego de sexta-feira (8).
No Brasil, o noticiário político deve seguir em evidência, com a votação da PEC dos Auxílios sendo adiada para esta quinta-feira (7). Na noite de ontem, o relator da proposta na Câmara, o deputado Danilo Forte (União-CE), realizou a leitura em sessão da comissão especial que analisa as propostas do relatório da PEC, sem adicionar ao texto a criação de um auxílio a motoristas de aplicativo, mantendo-a no formato em que foi aprovada no Senado. Após a apresentação da PEC, deputados da oposição solicitaram pedido de vista coletiva, o que exigirá duas sessões para análise, fazendo com que a votação pela comissão seja adiada até, pelo menos, amanhã.
No início desta quarta, o Tribunal de Contas da União (TCU), a pedido do Ministério Público, abriu investigação sobre a PEC em questão. Segundo o subprocurador-geral Lucas Furtado, que protocolou o pedido, a criação de um estado de emergência, é um “subterfúgio para esquivar das amarras da lei eleitoral”. Pela legislação eleitoral brasileira, é proibido criar ou ampliar programas sociais em ano eleitoral, o que tem sido “driblado” pelo componente no texto da PEC que estabelece estado de emergência no país até o final do ano.
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