Em linha com o movimento de outras moedas de economias emergentes, que recuperavam o fôlego após um início de semana turbulento, o real brasileiro exibia leve recuperação em relação ao dólar americano nos primeiros negócios desta quinta-feira (7). Cotada a R$ 5,405 na abertura, a taxa de câmbio recuava 0,3% em relação ao fechamento da véspera. No exterior, o dólar também cedia em relação a uma cesta de divisas de economias avançadas, com o dollar index operando em baixa de 0,1%, cotado a 106,75 pontos.
Internamente, o noticiário de Brasília deve permanecer no centro das atenções, em especial a tramitação da PEC dos Auxílios na Câmara. Após a leitura do texto da proposta na noite da terça-feira, a expectativa é de que seja votada em comissão especial nesta manhã, podendo ser apreciada pelo plenário da Casa ainda hoje. Com um custo estimado em cerca de R$ 41,25 bilhões, não considerados dentro da regra do teto fiscal, a aprovação da PEC é vista com preocupação pelo mercado.
Na véspera da divulgação do relatório de situação do emprego dos Estados Unidos, o Departamento do Trabalho (DOL) atualizou os dados de novos pedidos semanais de auxílio desemprego. As solicitações do benefício atingiram 235 mil na última semana, seu maior valor desde janeiro e acima da mediana das estimativas dos analisas, que projetavam o indicador em 230 mil. O indicador sugere que o mercado de trabalho americano esteja perdendo força, o que pode ser confirmado observando a trajetória da média móvel de quatro semanas, que tem avançado consistentemente desde o início de abril deste ano, sendo mais um sinal de desaceleração da economia do país.
O mercado também esperava para esta manhã o indicador de emprego do setor privado dos EUA, divulgado pela ADP. A publicação, que serve como prévia para o número oficial que integra o relatório de situação de emprego, foi suspensa pela empresa até o final de agosto para reformulação. De acordo com o ADP Research Institute, os ajustes à metodologia do indicador buscam “fornecer uma visão mais robusta e de alta frequência do mercado de trabalho e da trajetória de crescimento econômico”.
Entre os indicadores econômicos para o Brasil, nesta manhã, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que o Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou alta de 0,62% em junho, ficando levemente acima das apostas de analistas, que apontavam uma variação de 0,59%, mas abaixo dos 0,69% registrados em maio. Segundo o comunicado da FGV, a desaceleração do indicador se deu principalmente pela queda nos preços de commodities, como o recuo dos preços do milho (de -0,10% para -3,30%) e da soja (de 2,76% para -0,81%). Com o resultado, o IGP-DI acumula 7,84% no primeiro semestre do ano e 11,12% nos últimos 12 meses. Contudo, entre seus subíndices, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), considerado uma prévia para o IPCA, cresceu 0,67% em junho, contra 0,50% em maio. De acordo com a FGV, três das oito classes pesquisadas registraram aumentos e pesaram para a aceleração do Índice, sendo elas Habitação (-1,37% em maio para 0,43%), Alimentação (0,45% para 1,30%) e Vestuário (1,21% para 1,26%).
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