Abertura de Câmbio

Dólar começa a sexta em queda,
cotado ao redor de R$ 5,46
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Real se fortalece em que pese exterior negativo

A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa na manhã desta sexta-feira (22). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,46, recuo de 0,7% em relação ao término de quinta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 106,8 pontos, variação de -0,1% ante à véspera. O mercado de divisas provavelmente executa um movimento de correção em relação ao pregão de ontem, com operadores aproveitando a forte alta de ontem para realizar lucros. No exterior, o ambiente é de crescente preocupação com a possibilidade de uma recessão econômica global no curto prazo, antes mesmo de se reduzirem as altas taxas de inflação. Nesta manhã, a prévia dos Índices Gerentes de Compra (PMI) da Alemanha mostrou contração para a atividade industrial, serviços e no consolidado no mês de julho, a primeira retração absoluta desde fevereiro de 2021. Para a área do euro, houve leitura abaixo dos 50 pontos para o consolidado e para a atividade industrial, enquanto serviços se manteve em expansão. Agora, a expectativa se volta para a divulgação da prévia dos Estados Unidos, às 10h45min. Na agenda do dia, o Ministério da Economia divulga o relatório bimestral de receitas e despesas às 10h30min.

O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda nesta manhã, testando o suporte psicológico de R$ 5,45, em um movimento descolado do cenário exterior e que deve estar associado a operadores aproveitando do alto patamar alcançado para ofertar realizar lucros com vendas da divisa americana. Nesta manhã, analistas observam leituras prévias do PMI de julho, divulgadas pela S&P Global, para diversas economias importantes, em busca de sinais sobre a possibilidade de uma desaceleração da atividade produtiva à medida que os principais bancos centrais passam a realizar políticas de aperto monetário para reestabelecer a estabilidade de preços.

No Japão, houve desaquecimento na atividade industrial (de 52,7 para 52,2) e nos serviços (de 54,0 para 51,2), porém eles se mantiveram acima dos 50 pontos, isto é, cresceram na passagem de junho para julho. Nos Estados Unidos, a indústria sofreu leve desaceleração – de 52,7 para 52,3 –, porém o setor de serviços observou uma forte queda e passou para território contracionista, caindo de 52,7 em junho para 47,0 em julho. Desta forma, a leitura prévia do indicador consolidado se reduziu de 52,3 para 47,5 pontos. Já na Europa, quem apresentou pior desempenho foi a atividade industrial, como provável reflexo das expectativas negativas para a disponibilidade energética e os custos de produção associados. Na zona do euro, o setor de serviços caiu de 53,0 pontos para 50,6 pontos, enquanto a atividade industrial recuou de 52,1 para 49,6. Na França, especificamente, serviços caiu de 53,9 pontos para 52,1 pontos, enquanto a indústria passou de 51,4 pontos para 49,6 pontos. Já a Alemanha apresentou contração absoluta em ambos, com serviços indo de 52,4 pontos para 49,2 pontos e a atividade industrial desacelerando de 51,3 pontos para 49,2 pontos.

A fraqueza relativa nos dados de atividade econômica aumenta as preocupações de investidores quanto à possibilidade de uma estagflação no curto prazo, isto é, nos próximos 6 a 12 meses. Enfrentando uma aceleração de preços elevada, persistente e disseminada, os bancos centrais das principais economias estão buscando reduzir as taxas de inflação através de reajustes expressivos nas taxas de juros. Entretanto, há indícios esporádicos de que produção empresarial e a demanda dos consumidores possa estar se retraindo antes da queda nos preços ao consumidor, o que eleva as probabilidade da ocorrência simultânea de uma recessão em meio a elevada inflação.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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