Fechamento de Câmbio

Em um dia bastante volátil, a taxa de câmbio oscilou entre perdas e ganhos ao longo desta segunda-feira (01), encerrando a sessão negociada a R$ 5,177, discreto ganho de 0,1% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 105,4 pontos, variação de -0,5% ante à véspera. O mercado de divisas continua a repercutir um panorama de enfraquecimento do dólar no cenário internacional, que, por sua vez, reflete as perspectivas de um Federal Reserve menos agressivo e de uma desaceleração econômica mais intensa no curto prazo. Os temores de uma recessão resultaram em uma baixa generalizada para os preços de commodities ao longo do dia, o que prejudicou o desempenho de moedas de países exportadores de produtos primários, como o Brasil.

Menos juros nos EUA O dólar negociado no mercado interbancário alternou entre altos e baixos diversas vezes ao longo do dia, até encerrar as operações próximo da estabilidade. A divisa americana prolongou sua tendência de enfraquecimento da semana anterior, em função da interpretação de que o banco central americano deve adotar uma política monetária menos agressiva daqui em diante. Dados desanimadores para a economia dos Estados Unidos estão aumentando as apostas de que o Fed enfrentará um cenário recessivo, o que, por sua vez, deve reduzir a margem de manobra para aumentos mais contundentes na taxa de juros do país.

Baixa no mercado de commodities A expectativa de juros menores nos EUA motivou uma forte saída de recursos financeiros do país desde a semana passada, em particular de seu mercado de títulos do tesouro. Contudo, ao contrário da semana passada, as commodities recuaram sensivelmente no pregão de hoje tendo em vista as perspectivas de redução da demanda global no caso de uma recessão. O índice de commodities Bloomberg caiu 1,66% no dia, enquanto o índice de commodities Thomson Reuters/CoreCommodity CRB recuou 2,02%. A queda nos preços dos produtos primários afetou negativamente a moeda de países exportadores destes produtos, como o real brasileiro.

Balança comercial de julho Por fim, é digno de nota que a balança comercial brasileira registrou superávit comercial de US$ 5,444 bilhões em julho, abaixo das estimativas de analistas, cuja mediana apontava para um saldo positivo de US$ 6,993 bilhões. O valor também foi 22,7% ao superávit de julho de 2021, isto é, US$ 7,038 bilhões. Por outro lado, em um indício da aceleração global de preços, a corrente de comércio (soma das exportações com as importações) registrou valor recorde de US$ 54,465 bilhões, fruto de US$ 29,955 bilhões em exportações e de US$ 24,511 bilhões em importações. O volume exportado cresceu 4,7% em comparação com julho de 2021, enquanto o volume importado aumentou em 8,7% ante o mesmo período. Já os preços exportados subiram 12,2% ante o mesmo mês do ano passado, ao passo que os preços importados se elevaram em 26,3%.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 105,4 pontos, variação de -0,5% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo se valorizaram perante a moeda americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,558 pontos, alta de 0,2% frente ao término de sexta-feira.