Abertura de Câmbio

Dólar começa a terça ao redor de R$ 5,11, alternando perdas e ganhos
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Câmbio repercute menor registro histórico do IPCA e ata do Copom

A taxa de câmbio oscilava sem direção definida nas primeiras operações desta terça-feira (09). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,11, praticamente estável ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 106,1 pontos, queda de 0,3% em relação ao término de segunda-feira. O mercado de divisas deve repercutir a publicação da ata da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, e do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Em função dos subsídios recentes aprovados pelo governo federal, o IBGE divulgou que o IPCA para o mês de julho registrou variação negativa (deflação) de -0,68%, menor registro na série histórica com início em 1980. No ano, a inflação acumulada é de 4,77% e, nos últimos 12 meses, de 10,07%. Já a ata do Copom sinaliza uma preferência pelo encerramento do ciclo de altas na taxa básica de juros (Selic) ao descrever que “a estratégia exigida para trazer a inflação projetada para o redor da meta (...) requeria (...) um ajuste adicional nesta reunião e a manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período suficientemente prolongado”, mas que permanecerá “vigilante” na avaliação das condições macroeconômicas do país.

Deflação recorde em julho O mercado de divisas operava sem direção definida na manhã desta terça-feira, alternando perdas e ganhos após a publicação de que houve forte deflação no mês de julho no Brasil. O IPCA para o mês registrou seu menor valor na série histórica com início em 1980, marcando -0,68% na passagem de junho para julho, em função dos subsídios governamentais aprovados para os setores de combustíveis, energia elétrica e comunicações. Além disso, a redução no preço da gasolina vendida pela Petrobras às distribuidoras também contribuiu para essa deflação. Como resultado, o grupo de transportes teve queda nos preços de 4,51%, fruto da diminuição de 15,48% na gasolina, 11,38% no etanol e 5,67% do gás natural veicular. O grupo de habitação apresentou redução de 1,05% em seus preços, por conta da queda de 5,78% na energia elétrica. Os demais grupos apresentaram alta de preços, em particular o de alimentação e bebidas, com reajuste de +1,30% no mês.

Análise do IPCA de julho por grupos de mercadorias
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Fonte: Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE). Elaboração: StoneX.

Fim do ciclo de altas na Selic É importante observar, também, a ata da decisão do Copom da última quarta-feira, divulgada nesta manhã. Apesar de o Banco Central admitir que “as políticas temporárias de apoio à renda (...) pode[m] elevar os prêmios de risco do país e as expectativas de inflação à medida que pressionam a demanda agregada e pioram a trajetória fiscal”, o Comitê deu menor peso ao descolamento das expectativas inflacionárias no ano de 2023 e passou a dar maior ênfase ao ano de 2024 para, nas palavras do Comitê, “suaviza[r] os efeitos diretos decorrentes das mudanças tributárias” e observar apenas os efeitos de prazos mais longos, a despeito do risco de desancoragem no curto prazo. Dessa forma, a trajetória de política monetária proposta visa apenas o prazo mais longo, de forma que “a estratégia exigida para trazer a inflação projetada para o redor da meta no horizonte relevante [2024] requer[] (...) um ajuste adicional nesta reunião e a manutenção da taxa de juros em território significativamente contracionista por um período suficientemente prolongado”. Ou seja, mesmo sinalizando a possibilidade de um ajuste residual de menor magnitude para a próxima reunião, o cenário base é o de manutenção da taxa Selic em 13,75% a.a.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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