Abertura de Câmbio

O par real/dólar apresentava discreta tendência de queda nas primeiras operações desta quarta-feira (10). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,12, recuo de 0,2% em relação ao fechamento de terça-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 105,9 pontos, variação de -0,4% ante à véspera. O mercado de divisas deve repercutir a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) do mês de julho para os Estados Unidos. O indicador se manteve estável no mês de julho, abaixo das estimativas de analistas, cuja mediana apontava para uma alta mensal de 0,2%. A maior dúvida que permanece é se o Federal Reserve (Fed) irá alterar sua trajetória de política econômica em função desse dado. No mercado futuro de juros, antes da divulgação do CPI, os investidores apostavam majoritariamente (67,5%) em uma alta de 0,75 p.p. na decisão do Fed de setembro, contra apostas minoritárias (32,5%) em 0,50 p.p. No Brasil, é digno de nota que as vendas do comércio varejista se contraíram pelo segundo mês seguido, com queda de 1,4% na passagem de maio para junho. Na agenda do dia, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, discursa às 12h00min o Banco Central atualiza, com atraso, os dados de fluxo cambial do país, às 14h30min, e o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, palestra às 15h00min.

Desaceleração no CPI dos EUA O dólar negociado no mercado interbancário apresentava firme queda na manhã desta quarta-feira após o CPI de julho para os Estados Unidos desacelerar mais que o esperado. O indicador se manteve estável para o mês, enquanto a alta acumulada em 12 meses se reduziu de 9,1% em junho para 8,5% em julho. Ao se considerar o núcleo do indicador, que exclui as voláteis categorias de alimentação e energia, houve aumento de 0,3% em julho, e o ganho acumulado em 12 meses se manteve estável em 5,9%. O principal fator para este bom desempenho do índice de preços foi a queda mensal de 7,7% no preço da gasolina e de 11,0% no diesel, que anularam os aumentos nos custos de alimentação e de habitação.

Como o Fed irá agir? Uma redução na aceleração da inflação é boa notícia e, em teoria, amplia as margens de manobra para a política monetária do Federal Reserve atuar na busca pela reestabilização de preços. Há dúvidas, porém, se este foi apenas um alívio extraordinário ou se sinaliza o começo de uma queda mais consistente nos preços ao consumidor americano. Como consequência, a grande questão é se esta leitura do dado de hoje seria suficiente para alterar a trajetória de reajustes na taxa de juros pelo Fed, ou se este manterá o ritmo agressivo de altas que já havia sinalizado anteriormente. Antes da divulgação do CPI, as apostas dos investidores no mercado futuro de juros eram de 67,5% em uma alta de 0,75 p.p. na decisão de 21 de setembro, contra 32,5% em uma alta de 0,50% p.p. Após a divulgação do indicador, porém, as apostas se inverteram, com 59,5% antecipando um reajuste de 50 pontos base e 40,5% um reajuste de 75 pontos base.

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.