Fechamento de Câmbio

O par real/dólar apresentou firme alta nesta quinta-feira (11), subindo quase dez centavos em um dia e encerrando a sessão negociado a R$ 5,160, ganho de 1,5% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 105,2 pontos, praticamente estável ante à véspera. O mercado de divisas realizou um movimento de correção técnica, com investidores aproveitando o patamar reduzido da taxa de câmbio para se desfazer de posições “compradas”. No exterior, a divisa americana conseguiu se manter estável após autoridades do Federal Reserve (Fed) se manifestarem em defesa de um rígido aperto monetário mesmo após surpresas nas leituras mais recentes para a inflação americana.

Reposicionamento de carteiras O dólar negociado no mercado interbancário iniciou o dia em leve baixa, recuou até R$ 50616, mas depois engatou firme alta até encerrar o dia em R$ 5,160. Um leilão robusto de títulos públicos realizado pelo Banco Central ajudou a iniciar o movimento de venda, largamente atribuído a um reposicionamento de operadores de mercado que aproveitaram o baixo patamar da taxa de câmbio para se desfazer de posições compradas.

Alívio inflacionário nos EUA No exterior, a divisa americana começou o dia dando sequência a um amplo enfraquecimento, começado ontem, em meio a duas surpresas em leituras para a inflação do mês de julho. Enquanto, ontem, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) se manteve estável (0%), abaixo da mediana das estimativas (0,2%), hoje o Índice de Preços ao Produtor (PPI) manteve a tendência e registrou variação de -0,5% no mês, ante uma expectativa mediana de +0,3%. Esta foi a primeira deflação para o indicador de custos à produção desde abril de 2020. Os números desta semana foram o primeiro sinal de alívio inflacionário em muito tempo para o país e suscitaram um debate se o Federal Reserve poderia moderar seu ritmo de aumentos na taxa de juros por conta destas leituras positivas dos indicadores.

Firmeza no combate à inflação pelo Fed Contudo, as autoridades do Fed que se pronunciaram após a divulgação do CPI e do PPI frisaram que, embora tenham sido boas notícias, tais divulgações não devem mudar a estratégia de combate à inflação neste momento. O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que “não observou nada que mud[asse]” sua interpretação sobre a inflação atual e que o banco central americano está “muito longe de declarar vitória” sobre a inflação. A presidenta do Fed de San Francisco, Mary Daly, também afirmou que é cedo para “declarar vitória” e que seu cenário base para a decisão de 21 de setembro é um aumento de 0,50 p.p. para os juros, mas que um aumento de 0,75 p.p. ainda poderia ser possível a depender dos dados que ainda serão divulgados até lá. E, ontem, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, afirmou que a leitura mais recente do CPI era “positiva”, porém que a inflação continuava “inaceitavelmente” alta.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 105,2 pontos, praticamente estável ante à véspera. Moedas pares do real, como a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se desvalorizaram perante a moeda americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,964 pontos, recuo de 0,2% em relação ao fechamento de quarta-feira.