Abertura de Câmbio

Câmbio inicia a sexta em queda,
cotado logo abaixo de R$ 5,15
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Apetite por riscos está ampliado em meio a
expectativas de moderação na inflação americana

O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta sexta-feira (12). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,14, recuo de 0,6% em relação ao fechamento de quinta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 105,5 pontos, variação de +0,4% ante à véspera. No mercado de divisas, a semana termina de forma muito parecida como começou, isto é, debatendo sobre como a inflação deve se comportar ao longo dos próximos meses. A divulgação de dois índices de preços abaixo do estimado nos Estados Unidos contribuiu para gerar um forte apetite por ativos de riscos, especialmente índices acionários, em uma esperança de que, talvez, a inflação comece a moderar a partir de agora. Entretanto, a moeda americana se fortalecia na sessão de hoje após todos os participantes do Federal Reserve (Fed) que se pronunciaram publicamente nesta semana fazerem uma defesa enfática de uma estratégia de aumentos de juros agressivos para reestabilizar os preços no país. No Brasil, em dia de agenda esvaziada, investidores devem acompanhar a divulgação de resultados de companhias de capital aberto e repercussões do noticiário eleitoral após a leitura de diversos manifestos pela defesa da democracia e do sistema eleitoral. Na agenda do dia, o Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS) dos Estados Unidos publica os índices de preços exportados e importados para o mês de julho, às 09h30min, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, palestra no mesmo horário, e a Universidade de Michigan informa o índice de confiança do consumidor preliminar dos EUA de agosto, às 11h00min.

Apetite por riscos elevado O dólar negociado no mercado interbancário apresentava firme tendência de queda na manhã desta sexta-feira, recuperando terreno após a alta de ontem. Fundamentava a valorização do real o amplo rali por ativos arriscados no cenário externo, em meio a um otimismo dos agentes quanto ao panorama da inflação futura nos Estados Unidos. A divulgação, nesta semana, tanto do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) como do Índice de Preços ao Produtor (PPI) abaixo das estimativas dos analistas gerou uma esperança de que os preços possam iniciar uma trajetória descendente daqui em diante e de que o Federal Reserve, portanto, também possa moderar seu ritmo de reajustes na taxa de juros americana.

Nada muda para o Fed Contudo, os integrantes do Fed que se pronunciaram esta semana foram enfáticos em afirmar que o banco central americano manterá uma postura rígida em seu aperto monetário a fim de buscar a estabilidade de preços. De maneira geral, essas autoridades declararam que é preciso uma sequência de dados reafirmando a tendência de queda da inflação para que o banco central estadunidense altere sua estratégia, que tanto o indicador “cheio” como o seu núcleo estejam apontando a mesma tendência e que, por hora, ainda é cedo para chegar a essa conclusão. Com esta defesa de um Fed vigilante, esta manhã apresenta um comportamento pouco comum: ao mesmo tempo que os ativos arriscados se fortalecem, a divisa americana também se valoriza frente a outras moedas de economias avançadas.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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