O par real/dólar apresentava tendência de queda nas primeiras operações desta segunda-feira (29). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,06, baixa de 0,4% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 108,6 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas opera em cautela elevada após um realinhamento de expectativas provocado com o simpósio econômico de Jackson Hole, que terminou no último sábado. Em essência, as autoridades dos bancos centrais reforçaram em uníssono a necessidade de elevar – e manter elevadas – as taxas de juros para combater a aceleração inflacionária, mesmo que isso possa impactar negativamente a atividade produtiva e a demanda. Os fluxos de capital rapidamente se redirecionaram de ativos arriscados, especialmente dos mercados acionários, para ativos de renda fixa, em particular para os títulos do Tesouro americano. Desta forma, durante a madrugada, o dollar index chegou a se aproximar de 109,5 pontos, seu maior valor desde 2002. Na agenda do dia, o Banco Central publicou as estatísticas de política monetária e de operações de crédito de junho e de julho, às 09h30min, o Ministério do Trabalho e da Previdência anuncia os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, às 10h00min, a vice-presidenta do Federal Reserve, Lael Brainard, discursa às 13h15min, e a secretaria do Tesouro Nacional informa o relatório mensal da dívida pública de julho, às 14h30min.
Fortalecimento do dólar O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta segunda-feira, testando a barreira psicológica de R$ 5,05, porém sem conseguir rompê-la. A resiliência da moeda brasileira é notável em uma sessão na qual a divisa americana se valorizava significativamente perante seus pares. Mais cedo, o dollar index, que pondera a cotação do dólar contra 6 moedas de economias avançadas havia atingido 109,48 pontos, maior patamar desde junho de 2002. Este significativo fortalecimento ainda é uma repercussão da fala de sexta-feira do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em que Powell claramente reforçou a necessidade de se retomar a estabilidade de preços nos Estados Unidos através de um rígido aperto monetário e alertou que o banco central do país não moderaria as taxas de juros antes de quedas consistentes na inflação, mesmo que isso tenha por consequência uma desaceleração econômica.
Apostas para o BCE Além disso, os investidores também estão apostando em um incomum reajuste de 0,75 p.p. para a decisão de 09 de setembro do Banco Central Europeu (BCE). Em meio a uma forte crise energética que pode causar tanto uma estagnação produtiva quanto uma rápida aceleração de preços, crescem as estimativas de que o BCE possa executar rápidas altas de juros para tentar conter uma espiral inflacionária. No mínimo, espera-se que esta opção seja debatida pelas autoridades que compõem o comitê decisório da instituição. Ainda assim, mesmo com esta expectativa, os ativos europeus continuem menos atrativos aos agentes e o euro permanece abaixo da paridade, ou seja, valendo menos que um dólar.
Este documento contém opiniões do autor e não necessariamente reflete as estratégias da StoneX. As previsões de mercado são especulativas e podem variar. O investidor é responsável por qualquer decisão baseada neste material. A StoneX só negocia com clientes que atendem aos critérios legais. O aviso legal completo está em https://brasil.stonex.com/aviso-legal/.
É proibida a cópia ou redistribuição deste material sem permissão da StoneX.
© 2024 StoneX Group, Inc.