Fechamento de Câmbio

Dólar reverte perdas e encerra agosto em alta, cotado a R$ 5,20
 
Leonel Oliveira Mattos
Leonardo Rossetti
Vitor Andrioli
Divisa avançou em meio à disputa pelo fechamento da Ptax do mês e riscos de recessão no exterior
As cotações da taxa de câmbio da moeda brasileira operaram em alta consistente nesta quarta-feira (31), repercutindo as operações de agentes financeiros durante o período de definição da Ptax e ruídos dos mercados externos, marcados por temores com uma recessão global e a manutenção de postura contracionista do Federal Reserve. Ao final do pregão, o dólar à vista era negociado a R$ 5,201, registrando variação diária de +1,7%. Com o avanço de hoje, a moeda americana reverteu as perdas observadas ao longo de agosto e passou a registrar alta mensal de 0,5%. Já o dollar index encerrou a sessão cotado a 108,7 pontos, variação de -0,1% ante à véspera, mas de +2,8% no mês de agosto.
Variações | No dia: +1,57% | Na semana: +0,64% | No mês: -1,17% | No ano: -8,28% | Em 12 meses: -2,79% |

Taxa Ptax de fim de mês O volume de transações do dia ficou concentrado entre os horários utilizados pelo Banco Central (BC) para a formação da taxa de câmbio Ptax, ou seja, entre os boletins das 10h00min e das 13h10min. A taxa Ptax é uma referência divulgada diariamente pelo BC e seu valor de fim de mês é muito utilizado em contratos de câmbio e derivativos. Desta forma, os operadores do mercado intensificam suas operações neste intervalo disputando a sua definição. Hoje, a taxa Ptax de agosto se encerrou em R$ 5,1790, leve queda de 0,2% em relação ao fechamento de julho.

Taxa Ptax de fim de mês
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Fonte: Banco Central do Brasil. Elaboração: StoneX.
Contração monetária nos EUA No cenário internacional, os investidores ampliaram suas apostas em juros maiores nos Estados Unidos após a presidenta do Federal Reserve (Fed) de Cleveland, Loretta Mester, afirmar que acredita que será necessário elevar a taxa de juros no país “um pouco acima de 4% a.a. no começo do ano que vem e mantê-la nesse nível; eu não antecipo o Fed cortando a taxa de juros no ano que vem”. Diversas autoridades regionais do Fed estão reforçando seu apoio para um rígido aperto monetário a fim de controlar a inflação no país, mesmo que a economia passe por uma recessão. Esta determinação pode ser testada em breve, visto que o número de empregos privados no mês de agosto cresceu em 132 mil vagas, de acordo com a instituição ADP, bem abaixo da estimativa mediana de analistas de 225 mil novos postos de trabalho.
Recuo do petróleo Os receios de que novas medidas para conter surtos de Covid-19 na China impactem a demanda do país por energia conferiu pressão aos mercados de petróleo e derivados nesta quarta-feira, transmitindo tom negativo para o complexo de commodities. Nas mínimas do dia, as cotações do petróleo Brent e WTI chegaram a recuar mais de 3%, após o anúncio pela cidade portuária chinesa de Guangzhou, de restrições ao comércio e à circulação de pessoas para atender à política de Covid zero do país. Conhecida por ser um polo de comércio e manufatura do país, com cerca de 19 milhões de habitantes, Guangzhou acompanhou a decisão de Shenzen e Chengdu, que já haviam adotado bloqueios e fechamento de negócios na véspera para limitar a transmissão da doença. Em agosto, as cotações do petróleo acumularam queda pelo terceiro mês consecutivo, algo inédito desde o primeiro trimestre de 2020, quando o mercado reagiu às primeiras notícias sobre o avanço do coronavírus no mundo.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index encerrou a sessão cotado a 108,7 pontos, variação de -0,1% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, a lira turca, o rand sul-africano e o rublo russo também se desvalorizaram frente à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,103 pontos, recuo de 0,3% frente ao término de terça-feira.

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