A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (08). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,20, recuo de 0,8% em relação ao encerramento de terça-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 109,6 pontos, variação de -0,3% ante à véspera. O mercado de divisas repercute a decisão do Banco Central Europeu (BCE) de reajustar a sua taxa básica de juros em 0,75 p.p. pela primeira vez em sua história, fundamentada em um cenário cada vez mais provável de estagflação no continente europeu. Investidores devem acompanhar, também, os discursos dos presidentes dos presidentes dos bancos centrais dos Estados Unidos e da União Europeia, a saber, Jerome Powell e Christine Lagarde, respectivamente, em busca de detalhes sobre a trajetória da política monetária neste momento de desaceleração econômica global. Vale ressaltar, também, que foram solicitados 222 mil novos auxílio-desemprego nos EUA, a quarta semana consecutiva de redução no indicador, o que pode sugerir um mercado de trabalho ainda em expansão e, por consequência, a necessidade de maior contundência do Federal Reserve (Fed) em suas altas de juros a fim de combater a inflação. Na agenda do dia, a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, discursa às 09h45min, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, palestra às 10h10min, o Banco Central atualiza o Índice de Commodities Brasil (IC-Br) de agosto, às 16h30min, e o Diretório Nacional de Estatísticas da China informa o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e ao Produtor (PPI) de agosto, às 22h30min.
Aumento inédito de juros pelo BCE O dólar negociado no mercado interbancário oscilava em território negativo na manhã desta quinta-feira, enquanto investidores digeriam o maior aumento de taxa de juros da história do Banco Central Europeu. Mais cedo, o BCE elevou sua taxa referencial de juros (depósito) de 0% a.a. para 0,75% a.a., seu maior patamar desde 2011. É o segundo aumento consecutivo pela autoridade monetária após mais de uma década sem elevações. A decisão acontece em meio a temores de uma estagflação para o continente causada, principalmente, por uma grave crise energética.
Riscos de estagflação na Europa Os suprimentos de gás natural através do principal gasoduto entre Rússia e Europa, Nord Stream 1, foram reduzidos gradativamente a zero em meio a farpas diplomáticas entre as partes após a invasão russa à Ucrânia. Como consequência, o custo do insumo, que é largamente utilizado por termoelétricas e na produção de produtos químicos e siderúrgicos, disparou, provocando tanto uma forte pressão de custos e, consequentemente, de preços, como desacelerando a produção e a demanda em diversos setores. A ocorrência de uma forte seca no continente europeu piorou o cenário ao diminuir a capacidade de geração de energia hidrelétrica e nuclear, aumentando a necessidade do uso de termoelétricas.
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