Abertura de Câmbio

A taxa de câmbio apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta segunda-feira (12). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,12, recuo de 0,5% me relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 108,1 pontos, variação de -0,9% ante à véspera. Em dia de agenda escassa, o mercado de divisas começa a semana com maior apetite por riscos, beneficiando moedas de economias emergentes, como o Brasil, e com sensível fortalecimento do euro no cenário internacional. A moeda comum europeia se valorizava após autoridades do Banco Central Europeu defenderem um aperto monetário mais agressivo pela instituição a fim de conter a aceleração de preços recorde enfrentada pelo bloco. Os agentes operam, ainda, de olho na divulgação de amanhã do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de agosto para os Estados Unidos. Na agenda do dia, o Banco Central atualizou o Boletim Focus da semana, às 08h25min, e a Secretaria de Comércio Exterior apresenta a balança comercial da primeira semana de setembro, às 15h00min.

Apetite por riscos elevados O dólar negociado no mercado interbancário era cotado em queda na manhã desta segunda-feira, repercutindo o bom humor dos investidores e o enfraquecimento generalizado da divisa americana diante de outras moedas. Ativos arriscados, como índices acionários e moedas de economias emergentes, se valorizavam, e o real tem se destacado nas últimas semanas tanto em função de um bom posicionamento produtivo em termos de exportações de produtos primários como em estratégias de “carry trade”, isto é, oferecer rentabilidade financeira elevada para investidores estrangeiros que, normalmente, contraem financiamentos a juros reduzidos no exterior.

Juros restritivos na Europa No cenário internacional, o euro atingia seu maior valor em três semanas após reportagens de imprensa afirmarem que as autoridades do Banco Central Europeu debatiam a necessidade de elevar as taxas de juros do bloco econômico “acima do território restritivo”, jargão para um patamar que provoque a desaceleração da economia, o que poderia ser 2% a.a. ou mais. A inflação da área do euro está, atualmente, em 9,1% no acumulado em 12 meses, o maior valor na série histórica com início em 1997, e há riscos de se elevar ainda mais em função dos custos crescentes de energia elétrica e gás natural no continente. Após a Rússia começar a reduzir o fornecimento de gás para a Europa como retaliação às sanções econômicas sofridas neste ano, a Europa passa por sérios riscos de estagflação, tornando as decisões de política monetária do BCE complexas e com custos colaterais: caso se privilegie suavizar os impactos sobre o crescimento econômico, corre-se o risco de prolongar as altas taxas de inflação por tempo excessivo; por outro lado, caso se combata firmemente a inflação, corre-se o risco de aprofundar a crise econômica e trazer prejuízos sociais importantes.

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.