A taxa de câmbio apresentava tendência de alta nas primeiras operações desta segunda-feira (26). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 5,32, ganho de 1,4% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 113,5 pontos, variação de +0,3% ante à véspera. O mercado de divisas começou a semana com forte pessimismo e fuga de ativos de risco, especialmente da Europa, enquanto os investidores continuam repercutindo o anúncio de um plano fiscal pelo Reino Unido que prevê cortes de impostos, subsídios e aumento do endividamento público. A libra esterlina atingiu o seu menor valor histórico (£ 1 = US$ 1.0327) durante a sessão, e há analistas que visualizam a possibilidade de a moeda cair abaixo da paridade. A pressão sobre a libra também abre a possibilidade de um aumento emergencial de juros pelo Banco da Inglaterra como tentativa de defender seu valor. Na agenda do dia, o Banco Central publicou as estatísticas do Setor Externo referentes ao mês de julho, às 09h30min, a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, discursa às 10h00min, a presidenta do Federal Reserve (Fed) de Boston, Susan Collins, palestra às 11h00min, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, palestra às 13h00min, o Ministério da Economia atualiza a balança comercial semanal, às 15h00min, e a presidenta do Fed de Cleveland, Loretta Mester, discursa às 17h00min.
Mínima histórica da libra O dólar negociado no mercado interbancário operava em forte alta, superando R$ 5,34 na máxima, repercutindo um ambiente de negócios bastante avesso ao risco e de busca pelo dólar. O dollar index, que pondera o valor da divisa americana frente a seis moedas de economias avançadas, atingiu 114,53 pontos durante a madrugada, seu maior valor desde maio de 2002, refletindo, sobretudo, uma fuga de moedas europeias, como o euro e a libra esterlina. A libra atingiu o seu menor valor histórico (£ 1 = US$ 1.0327) na sessão, visto que investidores permanecem céticos quanto à possibilidade de sucesso do plano fiscal proposto pelo governo da recém-eleita primeira-ministra Liz Truss, que prevê cortes no imposto de renda do país, subsídios ao setor energético e um aumento na dívida pública britânica de £ 72,4 bilhões apenas no primeiro ano de governo. Críticos da proposta afirmam que uma expansão fiscal neste momento contraria o ciclo de aperto monetário em execução pelo Banco da Inglaterra e corre o risco de acelerar as taxas de inflação no país, que se encontram no maior nível em quatro décadas. Diversos analistas mencionam a perda de credibilidade fiscal do novo governo, e de que a libra pode sofrer danos permanentes em seu papel no mercado financeiro internacional.
Aumento emergencial de juros? Com uma queda tão pronunciada da moeda britânica, há uma forte especulação de que o Banco da Inglaterra vá ser pressionado a realizar um aumento emergencial de juros para tentar conter essa desvalorização. Os juros dos títulos governamentais saltaram para o patamar mais alto desde setembro de 2008, com os rendimentos de títulos de dois anos ultrapassando a marca de 4,50% a.a. O ministro das finanças Kwasi Kwarteng, responsável pelo plano, recusou-se a comentar sobre os movimentos do mercado, mas disse que o foco de seu plano é estimular o crescimento de longo prazo e reduzir a inflação ao moderar os choques de oferta. Resta saber se o plano sobreviverá tamanho tumulto para observar resultados de longo prazo.
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