Fechamento de Câmbio

O par real/dólar se manteve em forte alta durante toda esta segunda-feira, encerrando a sessão negociado a R$ 5,301, avanço de 2,9% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 112,0 pontos, praticamente estável ante à véspera. O mercado de divisas reagiu profundamente à prisão do ex-deputado Roberto Jefferson, que resistiu inicialmente com tiros de fuzil e granadas de efeito moral, ferindo dois agentes da polícia federal. A uma semana do segundo turno das eleições presidenciais, os investidores avaliam possíveis prejuízos à campanha de reeleição de Jair Bolsonaro. Vale destacar, também, a aversão global a ativos chineses na sessão após a recondução de Xi Jinping ao terceiro mandato como presidente da China, mesmo o país divulgando que cresceu acima do projetado no terceiro trimestre.

Disparada do real O dólar negociado no mercado interbancário disparou nesta segunda-feira e encerrou a sessão em sua máxima, de R$ 5,301, na maior valorização diária desde 22 de abril (+4,07%). O real teve, de longe, o pior desempenho entre uma cesta de 33 divisas relevantes para o mercado financeiro. Os mercados financeiros domésticos foram profundamente afetados por um ambiente de incerteza e de aversão ao risco após um tumultuado domingo na política nacional. Ontem, o ex-deputado, presidente de honra do PTB e aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL), Roberto Jefferson, teve a prisão decretada após descumprir diversas medidas cautelares previstas em sua prisão domiciliar, como receber visitas, gravar entrevistas e utilizar redes sociais. Contudo, o político resistiu à prisão e recebeu a Polícia Federal com tiros de fuzis e granadas de efeito moral, ferindo dois agentes da corporação. Após horas de tensão e de negociação, Jefferson se rendeu e aceitou ser preso. Analistas avaliam que o episódio pode impactar negativamente a campanha de reeleição de Bolsonaro, ao afetar eleitores indecisos e moderados.

Possibilidades de recessão No cenário externo, o ambiente também foi de cautela moderada após a prévia dos Índices Gerentes de Compra (PMI) para Estados Unidos e Europa apontar uma redução maior que o esperado, elevando as expectativas de que a economia mundial possa experimentar uma recessão econômica em breve. O PMI consolidado da zona do euro recuou de 48,1 pontos em setembro para 47,1 pontos em outubro, enquanto o americano passou de 49,5 pontos para 47,3 pontos no período.

Terceiro mandato de Xi Adicionalmente, os mercados chineses operaram em forte baixa após Xi Jinping ser reconduzido para um terceiro mandato como presidente da China e Secretário-Geral do Comitê Central do Partido Comunista Chinês (PCCh), a mais alta patente do país. Ele será o primeiro líder a permanecer no cargo por mais de dois termos desde Mao Tsé-Tung, após abolir a obrigatoriedade da renovação de líderes da Constituição em 2018. Sua posse foi realizada com uma reconfiguração das lideranças do PCCh, afastando figuras que não fossem vistas como leais o suficientes a ele. Nem mesmo a notícia de que o Produto Interno Bruto chinês se expandiu em 3,9% no terceiro trimestre, acima da projeção mediana de analistas de 3,5%, conseguiu reverter esta tendência de baixa.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 112,0 pontos, praticamente estável ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se desvalorizaram frente à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 48,259 pontos, recuo de 0,5% frente ao término de sexta-feira.