O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (27). No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$5,35, variação de -0,6% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 110,3 pontos, ganho de 0,6% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercutia as expectativas de aperto monetário mais rígido nos Estados Unidos e na Europa, após o Produto Interno Bruto (PIB) americano crescer acima das expectativas no terceiro trimestre e o reajuste de juros em 0,75 p.p. pelo Banco Central Europeu, nesta manhã. Ainda assim, o real caminhava na contramão da tendência global, reajustando posições após forte alta no pregão de ontem. Na agenda do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou dados para o mercado de trabalho de setembro, às 09h00min, o Banco Central divulgou estatísticas monetárias e de crédito de setembro, às 09h30min, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos atualizou os números semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, o Departamento do Censo americano anunciou os pedidos de bens duráveis de setembro, às 09h30min, o Ministério da Economia publica o resultado primário do governo central de setembro, às 14h30min, e o Banco Central do Japão informa sua decisão de Política Monetária, às 00h00min de sexta-feira.
Correção técnica do real O dólar negociado no mercado interbancário operava em sensível queda na manhã desta quinta-feira, em sentido oposto ao movimento global de moedas. Analistas atribuem o recuo da taxa de câmbio a uma correção técnica de mercado, em que investidores aproveitam a expressiva alta do dia anterior para se desfazer de posições defensivas. No cenário doméstico, prevalece um ambiente de maior cautela dada a proximidade do segundo turno das eleições, com uma nova acusação de irregularidade nas inserções de propagandas eleitorais em rádios sendo prontamente rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Expectativas de aperto monetário Já o dollar index opera em alta nesta manhã, reflexo de uma maior apreensão por parte do ambiente internacional quanto à conjuntura econômica dos Estados Unidos. Segundo dados divulgados pelo Departamento de Análise Econômica (BEA), o PIB estadunidense aumentou 2,6% no último terceiro trimestre depois de 6 meses de contração, um valor acima do esperado pelas estimativas de analistas. No cenário de inflação alta pelo qual o país passa no momento, o crescimento do PIB mostra que os esforços do Federal Reserve ainda não foram suficientes para reestabilizar os preços e investidores acreditam que o problema inflacionário dos EUA possa se manter longe de um fim, agindo com cautela na expectativas de elevações da taxa de juros. Adicionalmente, contribuiu para a consolidação das expectativas de firme aperto monetário global o reajuste de juros pelo BCE em 0,75 p.p. sobre sua taxa de depósito, elevando-a de 0,75% a.a. para 1,50% a.a., mesmo diante da possibilidade de uma recessão econômica em curto prazo.
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