O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta segunda-feira (14). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,27, recuo de 1,1% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 107,2 pontos, variação de +0,9% ante à véspera. O mercado de divisas segue acompanhando o cenário político brasileiro, em busca de sinalizações a respeito da trajetória para a política fiscal no Brasil. Investidores operam com cautela desde a semana passada, em função da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) debatida pela equipe de transição do futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva para se retirar do teto de gastos o programa Bolsa Família de maneira permanente e o financiá-lo como despesa extraordinária. No exterior, o ambiente também é de menor apetite por riscos após o membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), Christopher Wallen, acautelar que uma eventual redução no ritmo de aumento de juros pela instituição não deve ser interpretada como um relaxamento do compromisso de recuperar a estabilidade de preços. Na agenda do dia, o Banco Central atualizou o Boletim Focus da semana, às 08h30min, e publicou o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de setembro, às 09h00min, a vice-presidenta do Fed, Lael Brainard, discursa às 13h30min, e o Ministério da Economia atualiza a balança comercial semanal, às 15h00min.
Exceção permanente O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta segunda-feira, em um dia de pouco volume por conta da emenda de feriado e em que investidores aproveitam a forte desvalorização cambial da semana passada (+5,5%) para realizar lucros. Analistas continuam acompanhando com certa precaução o desenvolvimento das propostas para a área econômica do próximo governo. Hoje, espera-se que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, divulgue mais nomes para a equipe de transição, ao passo que ficou para quarta-feira (16) o texto final da PEC. Lula e seus auxiliares buscam construir consenso ao redor da proposta que retira o Programa Bolsa Família do limite constitucional de despesas e passa a financiá-lo como uma “exceção permanente”, através de créditos extraordinários. Isto significaria cerca de R$ 175 bilhões em despesas correntes que não entrariam no Orçamento a cada ano e, além disso, liberaria mais aproximadamente R$ 100 bilhões no Orçamento de 2023 para novos gastos.
Atenção aos juros dos EUA No exterior, o ambiente também era de moderada busca por ativos de segurança após o membro do Conselho de Governadores do Fed, Christopher Waller, reconhecer que há um debate dentro da instituição sobre o ritmo de aperto monetário, porém ressaltar que o compromisso com o combate à inflação continua inalterado. Waller exortou aos agentes que “parem de prestar atenção ao ritmo [do aumento de juros] e comecem a prestar atenção onde o nível final [do juros] estará. Até nós conseguirmos baixar a inflação, esse nível final ainda está bem longe”. A fala preocupou analistas ao sinalizar que o aperto monetário ainda possa se enrijecer significativamente, havendo um risco de desacelerar intensamente a atividade econômica no país.
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