O par real/dólar apresentava forte volatilidade nas primeiras operações desta terça-feira (03), alternando perdas e ganhos. No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,35, variação de -0,1% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,7 pontos, alta de 1,2% em relação ao fechamento de segunda-feira. O mercado de divisas repercute a piora nas expectativas para os indicadores fiscais brasileiros, após o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmar em entrevista que o governo só pretende começar a discutir as propostas de reformas fiscal e tributária a partir de abril, bem como a decisão do Executivo de prorrogar a isenção tributária sobre combustíveis e gás de cozinha à revelia de declarações contrárias de Haddad. Na agenda do dia, a S&P Global informa o Índice Gerente de Compras (PMI) industrial de dezembro para os Estados Unidos, às 11h45min.
Plano de voo de Haddad O dólar negociado no mercado interbancário iniciou a sessão subindo acima de R$ 5,40, para cair abaixo de R$ 5,35 em 30 minutos e, então, engatar discreta tendência de alta a partir desse patamar, refletindo o nervosismo e a ansiedade de investidores em relação à saúde das contas públicas no Brasil. Logo no início da manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deu entrevista abordando sua visão imediata para temas econômicos na pasta, buscando conciliar declarações mais tranquilizadoras, de que haverá “governança das contas públicas”, com afirmações que foram mal-recebidas, como a de que as novas propostas de arcabouço fiscal e de reforma tributária só começarão a ser discutidos em abril.
Desoneração de combustíveis Contribui para a volatilidade do real, também, a decisão do governo federal de editar, ontem, uma Medida Provisória (MP) prorrogando a isenção de tributos federais sobre produtos refinados de petróleo. O texto manteve em zero a alíquota de Pis/Pasep e Cofins para diesel, biodiesel e gás de cozinha (GLP) até 31 de dezembro, além de zerar Pis/Pasep, Cofins e Cide para gasolina e etanol hidratado até 28 de fevereiro. Apesar de Haddad ter se manifestado contrariamente à prorrogação na semana passada – admitindo, no máximo, que a medida fosse estendida por 30 dias a fim de se permitir um retorno suave dos tributos –, hoje, em sua entrevista, Haddad declarou que o prazo de 60 dias foi decidido a fim de se permitir que uma nova diretoria assuma seus cargos na Petrobras e, então, determinem a política de combustíveis adequada.
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