O par real/dólar apresentava suave tendência de elevação nas primeiras operações desta quarta-feira (11). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,21, alta de 0,2% em relação ao fechamento de terça-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,4 pontos, variação de +0,1% ante à véspera. Em dia de agenda esvaziada, o mercado de divisas repercute a carta aberta do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, justificando as razões pelas quais a inflação ultrapassou a meta pelo segundo ano consecutivo, em 2022, e alertando para os riscos de um novo estouro ocorrer em 2023. No exterior, os agentes operam em compasso de espera enquanto aguardam pela publicação, amanhã, do Índice de Preços ao Consumidor (CPI), nos Estados Unidos, e suas repercussões sobre a política monetária do país. Na agenda do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou as vendas do varejo de novembro, às 09h00min, e o BC atualiza o fluxo cambial semanal, às 14h30min.
Carta aberta do BC O dólar negociado no mercado interbancário operava em leve alta na manhã desta quarta-feira, refletindo um dia de poucos eventos para o mercado. No Brasil, o principal destaque é a carta aberta de Roberto Campos Neto endereçada ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, justificando as razões pelas quais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ultrapassou o intervalo aceitável da meta estabelecida pela autoridade monetária (5,0%). Em resumo, Campos Neto argumentou que pressões de custo advindas de 2021, em especial commodities alimentícias, metálicas e energéticas, e uma retomada da remuneração salarial mantiveram a aceleração de preços em patamar elevado em 2022. O presidente do BC reforçou o papel do aperto monetário da instituição na contenção da inflação, bem como apontou fatores positivos para uma baixa nos preços no ano passado, como a bandeira tarifária de energia elétrica favorável e estímulos tributários por parte do governo federal. Por fim, o documento alertou para os riscos de a inflação voltar a superar a meta neste ano – em parte, pelo retorno dos impostos subsidiados no ano anterior –, e sublinhou o compromisso do BC em trabalhar pela estabilidade de preços na economia brasileira.
Expectativa pelo CPI No exterior, os investidores aguardam a divulgação, amanhã de dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) pela Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos (BLS). Caso a inflação observada seja menor que o esperado pelos agentes, com o nível de preços apresentando desaceleração maior que o previsto para o mês de dezembro, o Federal Reserve terá uma maior abertura para tomar uma postura de atenuação de seu aperto monetário, diminuindo ainda mais seu ritmo de aumento da taxa de juros após redução do ritmo realizada em dezembro, quando elevou sua taxa básica em 0,50 p.p. depois de quatro altas consecutivas de 0,75 ponto percentual.
Apetite por riscos Adicionalmente, na China, o governo continua com o relaxamento progressivo de suas medidas contra o Covid-19, impulsionando o apetite por risco dos agentes em razão das expectativas de uma retomada do crescimento chinês em 2023. Hoje haverá a divulgação do CPI e PPI (Índice de Preços ao Produtor), que devem dar sinais dos impactos econômicos decorrentes da suavização de medidas contra o Covid-19 no país.
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