O par real/dólar alternava entre perdas e ganhos na manhã desta segunda-feira (23). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,20, recuo de 0,2% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 102,0 pontos, praticamente estável ante à véspera. O mercado de divisas repercute a viagem do presidente Luis Inácio Lula da Silva, acompanhado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para a Argentina, com foco na integração comercial entre os dois países, inclusive com uma proposta de desenvolvimento de uma moeda comum para fluxos comerciais e financeiros. Adicionalmente, os investidores estão focados na primeira reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), marcada para a próxima quinta-feira (26). O órgão é responsável por definir as metas de inflação, recentemente criticadas pelo presidente, e reúne o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto. Na agenda do dia, o BC divulgou o boletim Focus da semana, às 08h30min, a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, palestra às 14h45min, e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atualiza a balança comercial semanal, às 15h00min.
Moeda comum sul-americana O dólar negociado no mercado interbancário oscilava entre altas e baixas na manhã desta segunda-feira, refletindo uma postura defensiva dos agentes enquanto buscavam maiores detalhes a respeito da proposta de Brasil e Argentina “avançarem nas discussões” para o uso de uma moeda comum sul-americana em fluxos comerciais e financeiros entre os países. A ideia, segundo Haddad, é incrementar o comércio entre os dois países ao esquivar da grave carência de divisas pela qual passa o país vizinho. A moeda seria exclusiva para compensação entre os Bancos Centrais, não teria existência física nem seria utilizada domesticamente em substituição ao peso argentino ou ao real.
Independência do BC Adicionalmente, investidores observaram a elevação das expectativas para a inflação em 2023, após o boletim Focus elevar sua previsão mediana de 5,39%, na semana passada, para 5,48%, nesta semana, repercutindo a sequência de declarações do presidente Lula a respeito de temas da pauta econômica, como salário-mínimo, independência do BC, nível de juros e metas de inflação. Está agendada para esta quinta-feira (26) a primeira reunião do ano do CMN, órgão responsável pela definição das metas inflacionárias, as quais o presidente afirmou serem excessivamente restritivas na semana passada. Além disso, analistas acompanham a escolha do substituto para o diretor de Política Monetária do BC, cuja vigência do titular se encerra em 28 de fevereiro. Cargo de particular importância para a determinação da Política Monetária do país, a escolha é apontada como um possível marco nas relações da gestão Lula com o Banco Central autônomo. O presidente da instituição, Roberto Campos Neto deve definir o apontado em conjunto com o ministério da Fazenda e, então, submetê-lo à sabatina da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, porém somente após a eleição da nova presidência do Senado e da Comissão, em fevereiro.
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