Independência em xeque Após abrir a manhã em queda, o dólar negociado no mercado interbancário apagou suas perdas durante a tarde e encerrou as operações praticamente em estabilidade, cotado a R$ 5,115. O movimento foi impulsionado por comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que, durante evento, confirmou ter discutido com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o “perfil” para os candidatos a diretor de Política Monetária e de Fiscalização da autarquia, cujos mantados se encerram, ambos, em 28 de fevereiro deste ano. Haddad afirmou que a nomeação para os cargos são “uma prerrogativa do presidente da República”, conflitando com o conceito de autonomia do Banco Central, porém disse que a decisão será feita “em parceria” e escolherá as pessoas mais qualificadas para o cargo, independentemente se vierem do setor público ou privado.
Descolamento inflacionário O comentário de Haddad agrava a percepção de que o Executivo exercerá maior influência política sobre as políticas fiscais e monetárias, o que, por sua vez, contribui em larga medida para as percepções de risco fiscal no Brasil. Nesta segunda, o boletim Focus manteve sua trajetória de descolamento para a mediana das projeções para o IPCA, se elevando para 5,90% em 2023 e 3,90% em 2024. Há quatro semanas, a mediana destas projeções apontava para 5,31% e 3,65%, respectivamente. Desde o início do novo governo de Luis Inácio Lula da Silva, há uma maior percepção de riscos fiscais sobre os ativos brasileiros em função de uma avaliação de menor sustentabilidade das contas públicas, que resulta, por sua vez, em um descolamento das perspectivas inflacionárias. Desta forma, há grande expectativa pela primeira decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC após a posse de Lula, particularmente sobre como estes riscos serão descritos no comunicado e quais as perspectivas para a trajetória futura dos juros neste contexto.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 102,3 pontos, ganho de 0,3% em relação ao fechamento de sexta-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo se desvalorizaram diante da divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 51,137 pontos, variação de -0,2% ante ao término de sexta-feira.
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