A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta sexta-feira (03). No momento da publicação deste texto, ela era negociada ao redor de R$ 5,08, variação de +0,7% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 101,6 pontos, avanço de 0,2% em relação ao fechamento de quinta-feira. O mercado de divisas repercute as críticas do presidente Luis Inácio Lula da Silva à independência do Banco Central e ao nível da taxa de juros no país em entrevista após o fechamento da sessão de ontem, provocando insegurança e aversão ao risco entre os agentes. No exterior, analistas aguardam pela divulgação de dados para o mercado de trabalho nos Estados Unidos de janeiro, às 10h30min, essenciais para uma leitura mais apurada sobre a saúde da economia do país e a resiliência dos preços de serviços. Na agenda do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou a Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) de dezembro, às 09h30min, a S&P Global informa o Índice Gerente de Compras (PMI) de serviços e consolidado para a área do euro, às 06h00min, e para o Brasil, às 10h00min, o instituto ISM informa o PMI de serviços para os EUA, às 12h00min, e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) atualiza a posição semanal dos agentes de mercado, às 17h30min.
Críticas de Lula O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta sexta-feira em repercussão a críticas de Lula à independência do Banco Central. Em entrevista concedida ontem (02), o presidente afirmou que existe a possibilidade de revisar a independência da autarquia monetária após o fim do mandato atual do presidente do BC, Roberto Campos Neto. O modelo que estabelece a autonomia da instituição foi adotado em 2021 por meio de lei sancionada pelo ex-presidente Bolsonaro e determina que seus dirigentes tenham mandatos de quatro anos não coincidentes com o do Presidente da República. Adicionalmente, Lula também voltou a criticar a meta de inflação de 3,25% estabelecida para 2023, afirmando que o alvo do Banco Central era descolado da realidade brasileira e se tratava de um objetivo "padrão europeu", o que prejudicaria o crescimento da economia. As críticas do petista à atuação do BC têm provocado insegurança nos investidores quanto à habilidade da autarquia em perseguir a estabilidade de preços no longo prazo. Além disso, a constante mudança de pautas econômicas por parte do presidente provoca volatilidade exacerbada dos ativos brasileiros, aumentando os temores dos agentes de mercado de que as políticas monetária e fiscal sejam determinadas por critérios políticos em vez de técnicos e ampliando a aversão ao risco.
Payroll de janeiro No exterior, os investidores repercutem a surpreendente divulgação do relatório da situação do emprego dos Estados Unidos, que mostrou que o país gerou 517 mil novos empregos no mês de janeiro, muito acima da mediana das estimativas para o período, de 185 mil. A taxa de desemprego declinou suavemente na passagem de dezembro, estimada em 3,5%, para janeiro, estimada em 3,4%. A leitura do indicador contrariou as expectativa de analistas de que o mercado de trabalho estaria, pouco a pouco, diminuindo seu ritmo de expansão, em linha com uma interpretação de que a atividade produtiva no país estaria entrando em uma fase de estagnação. Ao invés disso, o relatório desta manhã sugere que as empresas ainda não sentem a necessidade de reduzir suas contratações mesmo diante de taxas de juros mais elevadas e de uma possível queda de demanda no ano de 2023.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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