O par real/dólar apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta segunda-feira (06). No momento da publicação deste texto, ele era negociado ao redor de R$ 5,17, alta de 0,5% em relação ao fechamento de sexta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,2 pontos, variação de +0,2% ante à véspera. O mercado de divisas repercute as expectativas para os juros e a inflação no Brasil, após reportagem da Folha de São Paulo no fim de semana afirmar que Lula e sua equipe econômica sentirem que o presidente do Banco Central (BC), “traiu a confiança” do Executivo para um esforço conjunto na superação dos problemas econômicos atuais sem passar por uma recessão econômica. Adicionalmente, reportagens afirmam que o governo estuda aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda para o próximo ano, o que representaria uma renúncia fiscal elevada em um momento em que se busca sinalizar disciplina fiscal. Na agenda do dia, o Banco Central publicou o Boletim Focus da semana, às 08h30min, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços atualiza a balança comercial semanal, às 15h00min, e a presidenta do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, palestra às 15h00min.
Novas críticas de Lula O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta segunda-feira, refletindo reportagem da Folha de São Paulo de que o presidente Luis Inácio Lula da Silva considera que o presidente do BC, Roberto Campos Neto, “traiu a confiança” que o governo depositava nele para tentar resolver de forma conjunta os desafios econômicos atuais sem recorrer a uma política monetária restritiva. O comunicado da decisão do Comite de Política Monetária (Copom) alerta para as incertezas no âmbito fiscal e para a elevação das expectativas inflacionárias em prazos mais longos para justificar a necessidade da manutenção de um aperto monetário por um período mais extenso. Segundo a reportagem, a equipe econômica julgou desproporcional o alerta feito pelo Comitê. Ainda assim, é importante notar que estas críticas, tornadas públicas, amplificam os ruídos, as incertezas e as inseguranças de investidores quanto à habilidade do Banco Central de perseguir a estabilidade de preços no longo prazo. Além disso, a constante mudança de foco em relação a pautas econômicas por parte do presidente da República provoca volatilidade exacerbada dos ativos brasileiros, aumentando os temores dos agentes de mercado de que as políticas monetária e fiscal sejam determinadas por critérios políticos ao invés de técnicos e ampliando a aversão ao risco.
Isenção do IR O governo Lula também estuda aumentar a isenção do Imposto de Renda para dois salários-mínimos a partir do ano que vem, buscando atender parcialmente à promessa de campanha de isentar que ganha até R$ 5 mil. Uma isenção mais ampla, contudo, significaria uma renúncia fiscal muito importante em um momento em que a equipe econômica busca reduzir o déficit primário e sinalizar disciplina fiscal. Adicionalmente, o Ministério da Fazenda passou a admitir um reajuste no valor do salário-mínimo para R$ 1.320 em maio, medida que trará um custo adicional de R$ 5 bilhões anuais.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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