Abertura de Câmbio

A taxa de câmbio apresentava tendência de queda nas primeiras operações desta quarta-feira (08). No momento da publicação deste texto, ela era negociada ao redor de R$ 5,17, recuo de 0,6% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,1 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas deve repercutir a continuidade das críticas do presidente Luis Inácio Lula da Silva ao Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto, ao sugerir a repórteres, ontem, que a autoridade monetária deveria explicações ao Congresso Nacional pelo patamar elevado da taxa básica de juros (Selic). No exterior, o foco deve se manter nas falas de integrantes do Federal Reserve, após Powell ter reiterado, ontem, que ainda são necessárias mais altas de juros em função da baixa disponibilidade de mão de obra nos Estados Unidos. Na agenda do dia, o presidente do Fed de New York, John Williams, palestra às 11h15min, a membra do Conselho de Governadores do Fed, Lisa Cook, palestra às 11h30min, o membro do Conselho de Governadores do Fed, Michael Barr, palestra às 12h00min, o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, palestra às 12h00min, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, palestra às 14h30min, o Banco Central atualiza o fluxo cambial semanal, às 14h30min, e o Índice de Commodities Brasil (IC-Br) de janeiro, às 15h00min, o membro do Conselho de Governadores do Fed, Christopher Waller, às 15h45min.

Dirigentes do Fed discursam O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quarta-feira em expectativa por declarações de dirigentes regionais do Federal Reserve. As autoridades devem comentar sobre a última decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) e sua leitura a respeito dos indicadores recentes melhores que o esperado para o setor de serviços e mercado de trabalho, bem como sobre a trajetória da inflação. 

Espera-se que os seis representantes que falarão com a imprensa hoje tenham o discurso em consonância com as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, o qual afirmou ontem (07) que seria preciso seguir com o aumento da taxa de juros até que haja provas substanciais de que o nível de preços esteja estabilizado. Nesse sentido, Powell reforçou que o mercado de trabalho estadunidense é robusto e ainda conta com baixa disponibilidade de mão de obra, assim, preços sensíveis aos salários teriam certa resiliência. No entanto, a autoridade informou que o pico inflacionário já foi atingido e que a inflação deve seguir em trajetória descendente. Em repercussão ao parecer de Jerome Powell, o apetite por risco dos investidores foi alavancado, favorecendo o mercado acionário, commodities e moedas emergentes como o real.  

Lula continua críticas No Brasil, Lula continuou a realizar críticas à atuação do Banco Central e ao seu presidente, Roberto Campos Neto. Ao defender mais investimentos no país, o presidente criticou a taxa de juros em 13,75% a.a. e afirmou que o presidente do BC deveria explicações ao Congresso para justificar a manutenção da Selic em um patamar elevado. As declarações de Lula ampliam a percepção de riscos relativos ao mercado brasileiro por diminuir a credibilidade da política monetária no país, servindo de suporte para a taxa de câmbio. Adicionalmente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que o texto da proposta de reforma tributária já está pronto e em breve as negociações com parlamentares começarão para que os ajustes finais sejam realizados. Dessa forma, o avanço da proposta pode ser bem recebido pelos agentes de mercado, tanto por sua importância para o plano do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de melhorar o resultado das contas públicas, quanto por demostrar maior alinhamento entre o Legislativo e Executivo.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.