A taxa de câmbio alternava entre perdas e ganhos nas primeiras operações desta sexta-feira (10). No momento da publicação deste texto, ela era negociada ao redor de R$ 5,27, praticamente estável ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,4 pontos, alta de 0,2% em relação ao fechamento de quinta-feira. O mercado de divisas repercute os rumores de que o Banco Central poderia ceder às críticas do governo e rever a meta de inflação para 2023 na próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), em 17 de fevereiro. Porém, a divulgação de que a prestação de serviços no mês de dezembro cresceu consideravelmente acima do esperado (3,1%, contra 1,0%), contribui para amenizar a aversão de riscos dos investidores. Na agenda do dia, a Universidade de Michigan informa a prévia do Índice de Confiança do consumidor americano, às 12h00min, o membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve (Fed), Christopher Waller, palestra às 14h30min, e o presidente do Fed de Philadelphia, Pratick Harker, discursa às 18h00min.
Apetite por riscos Após abrir as operações em alta, o dólar negociado no mercado interbancário possui trajetória de baixa nesta quinta-feira, com investidores aproveitando a forte alta de ontem para realizar lucros nesta manhã. Adicionalmente, contribui como fator de alavancamento do apetite por risco dos investidores a divulgação dos resultados do setor de serviços para dezembro de 2022 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mais cedo, os quais superaram a mediana das estimativas de 1% para o período e cresceram 3,1%, atingindo o maior patamar da série histórica iniciada em 2011. O segmento de impacto mais expressivo no resultado de 2022 foi o de transportes, com crescimento 13,3% na taxa anual, seguido pelo setor de serviços profissionais, administrativos e complementares, o qual observou alta de 7,7%. De forma complementar, o segmento de outros serviços foi o único com retração entre janeiro e dezembro, tendo reportado queda de 2,2%. Os dados do setor de maior participação do Produto Interno Bruto (PIB) — cerca de 70% do produto brasileiro — mostram uma economia aquecida durante o final do último ano e dão sinais de que o quarto trimestre do ano deve ter um resultado positivo para o PIB e com crescimento considerável, o que aumenta a predileção por ativos arriscados e tende a favorecer moedas emergentes como o real.
Meta de 2023 O movimento de baixa é contido por temores de investidores de que o Banco Central possa ceder à barragem de ataques pelo governo federal e revisar sua meta de inflação para 2023, elevando-a de 3,25% para 3,50%. Tradicionalmente, o Conselho Monetário Nacional (CMN) discute a definição das metas de inflação em sua reunião de junho – o Conselho se reúne mensalmente, e já foram deliberadas as metas para os anos de 2023 (3,25%), 2024 (3,00%) e 2025 (3,00%). Contudo, segundo reportagens de imprensa, a equipe econômica do Planalto estuda revisar antecipadamente a meta deste ano como uma forma de aliviar as tensões entre Lula e o BC e, supostamente, Campos Neto seria a favor de uma meta mais alta. A mera possibilidade da revisão ampliou os receios de que a política monetária do país será contaminada por questões políticas, e a aversão aos ativos brasileiros ampliou sensivelmente.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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