Abertura de Câmbio

Câmbio abre a quinta em baixa, cotado ao redor de R$ 5,12
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar reflete amplo otimismo de investidores nacionais

O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (09). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,12, recuo de 0,4% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 105,4 pontos, variação de -0,3% ante à véspera. O mercado de divisas repercute um franco otimismo dos investidores domésticos, que promoveu um descolamento dos ativos brasileiros em relação ao exterior no pregão de ontem. Entre as razões apontadas para o apetite dos agentes está as apostas para queda da taxa básica de juros (Selic), refletida nas taxas futuras de juros DI, o que, por sua vez, refletiria um novo balanço de riscos para o Banco Central (BC) frente ao novo arcabouço fiscal do governo e à possibilidade de uma crise de crédito privado. Na agenda do dia, o Departamento de Trabalho americano divulga os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 10h30min, o membro do Conselho de Governadores do Fed, Michael Barr, palestra às 12h00min, e o Ministério do Trabalho e Previdência informa os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de janeiro, às 14h00min.

Ambiente de otimismo O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quinta-feira, repercutindo um ambiente de negócios otimista e de apetite por risco de investidores nacionais. Ontem, o desempenho de ativos brasileiros se descolou do exterior, em um rali que confundiu analistas, porém que é possível apontar algumas razões. Analistas apontam para a queda na taxa futura de juros DI, que, conforme pode ser observado na tabela de indicadores econômicos abaixo, está em 13,09% em dezembro de 2023, seu menor patamar desde 09 de novembro e implicando em um corte de 75 pontos base na Selic até lá. Segundo analistas, as justificativas para as apostas de corte na taxa Selic se fundamentam em uma mudança no balanço de riscos que o Banco Central se defronta, isto é, um quadro de riscos que favorece reduções de juros. Isto ocorreria devido a, primeiro, à expectativa de que o novo arcabouço fiscal do governo reduza as previsões inflacionárias, ao reduzir os gastos do setor público, e, segundo, pelos temores de uma crise de crédito no financiamento privado de empresas (debêntures), cujos títulos investidores têm evitado desde a eclosão do caso Americanas e, consequentemente, cujos juros se encontram em elevação.

Mercado de trabalho nos EUA No exterior, investidores analisavam dados do desemprego nos Estados Unidos em semana marcada por testemunhos de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, sobre indicadores do mercado de trabalho americano. Na última semana, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos reportou 211.000 novos pedidos de seguro-desemprego, alta de 10% em relação ao período anterior e o maior valor relatado para o índice desde dezembro. O montante veio acima da mediana das estimativas – a qual projetava 195.000 novos pedidos – e sinaliza positivamente para um maior controle do avanço inflacionário no país após o mercado de trabalho estadunidense demonstrar forte resiliência frente aos esforços do Fed com sua política de aperto monetário. A nova divulgação pode servir para aliviar os temores dos investidores após o presidente do Federal Reserve afirmar nesta semana que a instituição estava preparada para prolongar a política restritiva e voltar a acelerar o aumento da taxa de juros caso necessário, o que resultou no deslocamento das expectativas do intervalo final da taxa para 5,50% - 5,75% ao fim do ciclo de alta.

 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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