Problemas no Credit Suisse O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a quarta-feira, pressionado por mais um dia de aversão global a riscos e busca por portos seguros, desta vez diante de notícias de dificuldades enfrentadas pelo banco Credit Suisse. A instituição, que enfrenta uma série de deslizes desde 2020, admitiu “fragilidades materiais nos controles de relatórios financeiros” em seus balanços de 2021 e 2022 após a sua auditora externa, PricewaterhouseCoopers, emitir um parecer adverso sobre a eficácia de seus controles internos referentes à demonstração financeira de 31 de dezembro de 2022. O Credit Suisse já havia adiado a divulgação dos seus resultados anuais na semana passada após ter seus demonstrativos questionados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Comission – SEC). O movimento de fuga de investidores e clientes se agravou nesta quarta, após o seu maior investidor, o Saudi National Bank, declarar que não realizaria mais investimentos “de maneira nenhuma” na empresa para capitalizá-la, provocando uma queda de 24,24% no valor das ações no pregão de hoje e de 76,25% em 12 meses. Após o encerramento das operações, o Banco Central Suíço (SNB) e a autoridade supervisora do mercado financeiro suíço divulgaram uma nota conjunta de apoio à instituição, afirmando que “O Credit Suisse atende exigências de capital e liquidez impostas a bancos sistemicamente importantes. Se necessário, o SNB fornecerá liquidez ao Credit Suisse”.
Ambiente de volatilidade e incerteza O ambiente de forte aversão ao risco e busca por ativos de segurança promoveu um ganho generalizado do dólar perante outras divisas e desvalorizou significativamente ativos arriscados, como ações, commodities e moedas de países emergentes, como o Brasil. O Ibovespa encerrou o pregão a 102.675 pontos, pior nível desde 01 de agosto de 2022. O cenário de dúvida e incerteza também deve prejudicar as decisões de política monetária de diversos bancos centrais nas próximas duas semanas, que deverão adotar uma postura mais cautelosa e buscar avaliar minuciosamente os riscos de fragilidade de seus sistemas bancários e financeiros antes de pensar em prosseguir com aumento de juros para combater altas inflacionárias. Até pouco tempo impensável, diversos analistas argumentam que este é o momento para se cortar juros enquanto se avalia mais pausadamente as condições financeiras globais.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 104,7 pontos, variação de +1,0% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se valorizaram perante a divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 49,643 pontos, recuo de 0,3% frente ao término de terça-feira.
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