O par real/dólar oscilava entre perdas e ganhos nas primeiras operações desta sexta-feira (17). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 5,24, praticamente estável em relação ao fechamento de quinta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 104,2 pontos, variação de -0,2% ante à véspera. O mercado de divisas repercutia um moderado alívio nos temores de uma crise financeira global após as medidas pontuais de autoridades econômicas para auxiliar os bancos Credit Suisse e First Republic Bank, que apresentaram dificuldades de liquidez em meio às turbulências causadas pelas falências dos bancos SVB e Signature, na semana passada. No Brasil, as atenções estão voltadas para a reunião do presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva, com os ministros da equipe econômica para discutir a proposta de novo arcabouço fiscal do governo, às 15h00min. Na agenda do dia, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentou os dados do mercado de trabalho brasileiro de janeiro, às 09h00min, o Federal Reserve divulga a produção industrial americana de fevereiro, às 10h15min, e a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities (CFTC) atualiza a posição semanal dos agentes de mercado, às 17h30min.
Alívio momentâneo O dólar negociado no mercado interbancário alternava perdas e ganhos na manhã desta sexta-feira, repercutindo uma melhora no ambiente de tensão e volatilidade que dominou a semana em meio a temores de que uma crise financeira global pudesse ocorrer após as falências dos bancos SVB e Signature Bank. Nesta semana, o Credit Suisse, na Suíça, e o First Republic Bank, nos Estados Unidos, enfrentaram problemas de liquidez após sofrerem uma elevada quantidade de saques, que levou as autoridades de seus países a buscarem maneiras de capitalizar os bancos e reforçar a confianças dos consumidores. Ainda assim, chama a atenção a maneira individualizada com que as autoridades econômicas americanas e europeias estão atuando diante deste contexto de elevada insegurança e volatilidade, o que, de certa forma, permite que os temores dos investidores se perpetuem e favorece que novas corridas bancárias possam ocorrer. Dados publicados pelo Federal Reserve hoje mostram que os bancos estadunidenses recorreram a um volume expressivo de operações de redesconto bancário, uma linha de empréstimos para ajustes de posições e garantia de liquidez. O montante solicitado pelas instituições financeiras atingiu o maior valor histórico na semana entre 09 e 15 de março, alcançando US$ 152,85 bilhões, significativamente superior aos US$ 4,58 bilhões da semana anterior. Até então, o recorde era de US$ 111 bilhões, atingido durante a crise financeira de 2008.
Arcabouço Fiscal No Brasil, os investidores estão atentos para a reunião entre Lula e ministros da equipe econômica para discutir o novo arcabouço fiscal. Às 15h, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, irá se reunir com o presidente da República e outros membros do alto escalão do governo para apresentar a nova regra, que, caso seja aprovada pelo presidente, irá ao Congresso Nacional para ser votada. Na reunião estarão a ministra do Planejamento, Simone Tebet; o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin e outros membros da equipe econômica do governo, os quais ajudarão Lula a deliberar sobre as novas regras para o regime fiscal do setor público, cujo compromisso foi assumido pelo ministério da Fazenda para substituir o modelo de teto de gastos ainda este ano. O novo texto poderá ter um caráter anticíclico, com o PIB como parâmetro para os dispêndios, e visará à redução das projeções de déficit fiscal em 2023 a fim de amenizar temores fiscais, de modo a diminuir o prêmio de risco cobrado pelos agentes do mercado e fortalecer os ativos brasileiros. Nas últimas semanas, há um otimismo entre os investidores para a divulgação da proposta, que se espera que possa contribuir para o controle do endividamento público brasileiro e, assim, abrir espaço para cortes na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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