Abertura de Câmbio

Câmbio começa a quinta em alta, cotado ao redor de R$ 4,97
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar reflete receios com desaceleração chinesa

A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira. No momento da publicação deste texto (09h30min), ela era negociada ao redor de R$ 4,96, alta de 0,2%. Já o dollar index era cotado ao redor de 101,8 pontos, variação de +0,4% ante à véspera. Em um dia de poucos eventos, o mercado de divisas repercute a divulgação de dados econômicos abaixo do esperado para a economia chinesa, que, por sua vez, reduz o apetite por riscos de investidores e prejudica o desempenho de moedas de países emergentes, como o real. No Brasil, os agentes de mercado reagem a declarações do diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, que afirmou que a resiliência dos preços de serviços ainda obrigam a manutenção de juros elevados por mais tempo no país. Na agenda do dia, o Banco Central da Inglaterra comunicou sua decisão de política monetária, às 08h00min, o Departamento de Estatísticas do Trabalho americano informa o Índice de Preços ao Produtor (PPI) de abril, às 09h30min, o Departamento do Trabalho atualiza os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, o membro do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Christopher Waller, palestra às 11h15min, e o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, discursa às 14h30min.

Economia chinesa em desaquecimento? O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quinta-feira, alavancado pela menor apetite por risco dos investidores após divulgação de dados da economia chinesa. No começo desta semana, o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS) divulgou os dados da balança comercial do país para abril, mês no qual as exportações observaram uma forte desaceleração – saindo de uma alta anual de 14,8% em março para 8,5% no mês seguinte – e uma forte retração das importações, sugerindo uma demanda interna mais fraca. Ontem (10), o NBS divulgou também os índices de preços ao consumidor (CPI) e ao produtor (PPI), os quais também apresentaram desaceleração. Para o CPI, o resultado foi um avanço de 0,1% no comparativo com abril de 2022, contra a alta anual de 0,7% observada em março. O PPI, por sua vez, apresentou queda pela sétima vez consecutiva, de forma que se observou uma retração de 3,6% no comparativo anual e 2,5% em relação ao mês anterior. Os indicadores apresentarem resultados abaixo das medianas das estimativas (0,4% para o CPI e retração de 3,4% para o PPI) reforça a leitura de que a demanda doméstica chinesa está menos robusta e tende a aumentar a aversão a riscos dos investidores, de modo a causar a depreciação de ativos como ações, commodities e moedas emergentes, como o real. 

Entrevista de diretor do BC Estava no foco dos investidores, também, a entrevista do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, ao jornal O Globo desta manhã, em que Guillen afasta a possibilidade de cortes de juros no curto prazo. Por um lado, ele justificou a necessidade de juros elevados por conta de um lento processo desinflacionário de serviços no país, afirmando que o contexto pede “paciência e serenidade”. Adicionalmente, o diretor afirmou que as expectativas de inflação de prazos mais longos (a partir de 2024) continuam se elevando, o que também “exige uma restrição de política monetária maior”. Por fim, o representante da autarquia disse esperar que pouco se altere no debate “profundo e técnico” nas decisões do Comitê de Política Monetária caso Gabriel Galípolo seja confirmado, pelo Senado, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central.
 

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS

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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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