Abertura de Câmbio

Expectativa pelo arcabouço O dólar negociado no mercado interbancário oscilava entre perdas e ganhos na manhã desta terça-feira, refletindo um ambiente de negócios cauteloso enquanto investidores aguardam pelos desfechos da aprovação do arcabouço fiscal, no Brasil, e da elevação do limite do teto de gastos, nos EUA. Por aqui, causa certa apreensão a afirmação do relator do projeto de lei do novo marco fiscal na Câmara dos Deputados, Cláudio Cajado (PP-BA), que deve fazer alguns “ajustes de redação” ao texto antes da votação, prevista para amanhã (24), para esclarecer “alguns pontos de dúvida”, particularmente para negar os cálculos veiculados pela imprensa especializada de que seu texto contém dois dispositivos que permitirão um gasto suplementar do governo federal da ordem de R$ 80 bilhões nos próximos dois anos. Novamente, contudo, Cajado não nega a existência dos dispositivos, a saber, uma compensação em 2024 pela alteração no cálculo da inflação e outra compensação em 2025 pelas desonerações dos combustíveis feitas pelo governo de Jair Bolsonaro em 2022. Ele questiona, apenas, o tamanho dos impactos orçamentários mensurados pelo economista Jeferson Bittencourt, ex-secretário do Tesouro Nacional, afirmando que o impacto total seria de R$ 12 bilhões.

Expectativa pelo novo teto A moeda americana prossegue em sua tendência de fortalecimento global em meio a expectativas de que o aperto monetário nos EUA se manterá rígido por um longo período e da falta de resolução para o impasse sobre o limite de endividamento para o Tesouro americano. Ontem, o presidente do país, Joe Biden, e o líder da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, se reuniram mais uma vez, disseram que houve “uma discussão produtiva” mais uma vez, disseram que estão otimistas mais uma vez e, mais uma vez, não houve acordo. Investidores temem que este roteiro se repetirá pelos próximos sete dias até, talvez, chegar-se a um acordo nos últimos dias do mês, o que seguramente manterá os mercados de ativos com elevada volatilidade e elevada aversão ao risco.