Panorama Semanal de Câmbio

Câmbio encerra a semana em baixa, cotado a R$ 4,955
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar refletiu acordo da dívida americana e dados econômicos no Brasil e nos EUA
Fatores altistas
  • Dados econômicos aquecidos nos Estados Unidos devem sugerir que o país ainda está em expansão e que o Federal Reserve precisará manter seus juros mais altos por mais tempo, contribuindo para o fortalecimento do dólar.
  • Dados econômicos fracos para a China devem sugerir que a demanda no país se recupera a um ritmo menor que o antecipado e pode prejudicar o desempenho de ativos arriscados, como commodities e moedas de países emergentes, enfraquecendo o real.
Fatores baixistas
  • Expectativa de leve moderação no IPCA de maio pode reforçar as apostas de que o Banco Central irá começar a cortar a taxa básica de juros (Selic) em breve, podendo contribuir para a atração de investimentos ao país e fortalecer o real.
 

O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a sessão desta sexta-feira (02) cotado a R$ 4,955, recuo semanal de 0,6%, mensal de 2,3% e anual de 6,2%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 104,0 pontos, variação de -0,2% na semana, -0,3% no mês e +0,7% no ano. O mercado de divisas repercutiu a aprovação do acordo entre democratas e republicanos que suspendeu o limite da dívida pública americana até 01 de janeiro de 2025, dados econômicos aquecidos nos Estados Unidos e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro acima das expectativas para o primeiro trimestre de 2023.

Dólar comercial (US$/R$) e Dollar Index (pontos)
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Fonte: CommodityNetwork Traders’ Pro. Elaboração: StoneX
 
O MAIS IMPORTANTE: Expectativas para os juros nos EUA

Impacto esperado no USDBRL: altista

Após semanas de tensão nos mercados financeiros por conta da possibilidade de um calote inédito na dívida americana – evitado nos últimos instantes pelo Congresso do país –, a semana será de relativa tranquilidade em função de uma agenda esvaziada. O foco da atenção dos agentes estará sobre a decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), que ocorrerá no dia 14 de junho, e que tem revelado um balanço de riscos complexo. Por um lado, na reunião de maio, “muitos” integrantes do Comitê já haviam defendido parar o ciclo de alta de juros por receios de que instabilidades recentes no setor bancário pudessem levar a uma redução expressiva do nível de crédito na economia e aprofundar uma desaceleração econômica nos EUA. Adicionalmente, alguns integrantes do Fed desejam coletar mais informações a respeito da conjuntura econômica, receosos dos efeitos defasados do aperto monetário sobre a atividade produtiva. Contudo, os dados econômicos recentes, como de inflação ao consumidor e do mercado de trabalho, continuam sugerindo uma economia aquecida, com elevada demanda por trabalhadores e pressão contínua nos preços, particularmente de serviços.

Nesse cenário, alguns integrantes do Federal Reserve passaram a defender uma postura intermediária, a de uma “pausa” em um ciclo de altas intermitentes. Ou seja, que seria mais prudente não reajustar os juros na próxima reunião e estar inclinado a um novo aumento na reunião de fins de julho. Desta forma, o FOMC ainda sinalizaria aos agentes que não encerrou sua estratégia de combate à inflação e poderia avaliar informações por um horizonte temporal maior em sua próxima decisão. O mercado futuro de juros reflete esta postura intermediária.

Apostas para a decisão de juros do Federal Reserve de 14 de junho
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Fonte: CME FedWatch Tool. Elaboração: StoneX.   Probabilidades no mercado futuro de juros com referência a 02 de junho de 2023
 
Histórico da taxa de juros americana e aposta com maior probabilidade no mercado futuro de juros
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Fonte: CME FedWatch Tool. Elaboração: StoneX.   Probabilidades no mercado futuro de juros com referência a 02 de junho de 2023
Nesta semana, os investidores aguardam pela importante divulgação do Índice de Gerentes de Compras (PMI) do setor de serviços de maio pelo instituto ISM. Após uma semana com dados fortes para o mercado de trabalho nos EUA, a mediana das expectativas é de que o setor, que representa 82% do PIB americano, acelerou sua expansão, passando de 51,9 pontos em abril para 52,4 pontos em maio (o limiar de 50 pontos separa contração de crescimento), reforçando a interpretação de que o Federal Reserve necessitará manter os juros mais altos por mais tempo para ter êxito na reestabilização dos preços. Adicionalmente, as encomendas industriais também completam a leitura da conjuntura, embora saiba-se que o setor manufatureiro esteja em contração (o PMI industrial recuou de 47,1 pontos em abril para 46,9 pontos em maio).
 
 
Dados econômicos brasileiros

Impacto esperado no USDBRL: baixista

Nesta semana, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de maio, última leitura de inflação antes da decisão do Comitê de Política Monetária de 21 de junho. A mediana das expectativas espera uma novo aumento mensal moderado, de 0,54%, o que reduziria discretamente a alta acumulada em 12 meses, de 4,18% para 4,10%. A queda recente da inflação tem sido provocada pela redução nos preços de combustíveis, particularmente a gasolina, de forma que será mais relevante para a decisão de política monetária acompanhar o comportamento do núcleo de preços – este sim, muito mais elevado e resistente. Da mesma forma, o crescimento do PIB brasileiro acima das expectativas no primeiro trimestre deste ano não deve resultar em revisões para as projeções inflacionárias, visto que o resultado foi impulsionado por um forte desempenho da agropecuária, ao passo que indústria e serviços mostraram resultados que sugerem desaquecimento da atividade produtiva.

 

Dados econômicos chineses

Impacto esperado no USDBRL: altista

Nas últimas semanas, os preços das principais commodities, como petróleo, minérios, grãos e carnes tem caído em função de dados abaixo do esperado para a China, que mostram que a economia do país se recupera a um ritmo mais lento que o antecipado e mais centrado no setor de serviços – que, por suas características, movimenta menos o comércio exterior. Dessa forma, espera-se que os dados para a balança comercial chinesa, que serão anunciados na quarta-feira (07), mantenham sua tendência de desaceleração na comparação anual, com a alta acumulada das exportações se reduzindo de 8,5% em abril para 8,0% em maio, e a queda acumulada nas importações se mantendo estável em 7,9% no mesmo período. A perspectiva de demanda menor chinesa tem prejudicado o desempenho destas commodities e de moedas de países exportadores de produtos primários, como o real.

 

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TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e CommodityNetwork Trader’s Pro.
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