A taxa de câmbio apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quinta-feira (15). No momento da publicação deste texto (10h00min), ela era negociada ao redor de R$ 4,83, alta de 0,4% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 102,9 pontos, variação de -0,1% ante à véspera. Em um dia de agenda cheia, o mercado de divisas ainda repercute a elevação na perspectiva do crédito soberano brasileiro de “estável” para “positiva” pela agência de classificação de risco S&P e que reforçou o ambiente de otimismo por investidores brasileiros. Por outro lado, dados econômicos mais fracos para a indústria e o varejo chinês e um novo aumento de juros pelo Banco Central Europeu, seu oitavo consecutivo, corroboram para diminuir o apetite por risco no ambiente internacional e prejudicam o desempenho de moedas de países emergentes, como o real. Na agenda do dia, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, concedeu entrevista, às 08h00min, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de abril, às 09h00min, o Departamento do Trabalho atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, às 09h30min, o Departamento do Censo informou as vendas do varejo americano de maio, o Federal Reserve (Fed) de New York e de Philadelphia divulgam seus índices regionais de atividade manufatureira de junho, às 09h30min, e o Fed publica a produção industrial de maio, às 10h15min.
Perspectiva de crédito positiva O dólar negociado no mercado interbancário operava em leve alta na manhã desta quarta-feira, cotejando entre fatores domésticos favoráveis e fatores externos desfavoráveis. Por aqui, há um ambiente de otimismo com o panorama macroeconômico brasileiro, reforçado pelo anúncio de ontem que a agência de classificação de risco S&P elevou a perspectiva para a nota de crédito do Brasil de "estável" para "positiva", e reafirmou o rating "BB-". Foi a primeira elevação na perspectiva de crédito brasileiro pela S&P desde dezembro de 2019. As outras duas grandes agências de classificação de risco, Fitch e Moody’s, possuem uma perspectiva “estável”. A melhora na perspectiva da nota de crédito soberano do Brasil reflete, de acordo com a S&P, os sinais de maior certeza sobre a estabilidade da política fiscal e monetária, que poderiam beneficiar as perspectivas ainda baixas de crescimento do PIB brasileiro. Nesse sentido, a agência aponta que o crescimento contínuo do PIB somado ao novo arcabouço fiscal podem resultar “em uma carga da dívida pública menor que o esperado, o que pode apoiar a flexibilização monetária e sustentar a posição externa líquida do país”.
Arrefecimento da economia chinesa? O Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) da China divulgou os resultados de maio para a produção industrial e vendas do varejo no país, os quais apresentaram desaceleração no último mês. Para o varejo, o crescimento anual do setor se reduziu de 18,4% em abril para 12,7% em maio, abaixo da mediana das estimativas, que previa um crescimento de 13,1% do consumo no país. Para a indústria chinesa, foi registrado um crescimento de 0,6% no último mês, constando-se, também uma desaceleração do setor na taxa anual, que foi de 5,6% em abril para 3,5% no mês seguinte. Os sinais de arrefecimento da economia chinesa diminuem o apetite por risco dos investidores, de modo que, logo após a divulgação dos dados pela NBS, o Dollar Index ganhou força, sinalizando maior procura por ativos de segurança.
Aperto monetário do BCE Nesta manhã, o Banco Central Europeu (BCE), publicou a decisão de dar continuidade ao aperto monetário e aumentar a taxa básica de juros da autarquia em 25 pontos-base, para 3,5% ao ano, o maior patamar desde maio de 2001. Considerando o contexto de forte avanço do nível de preços na região registrado nos últimos meses, com dados preliminares do Eurostat indicando alta de 6,1% no comparativo anual para maio, o BCE deliberou pelo seu 8º aumento consecutivo tendo em vista a meta de 2% de inflação ao ano. A autoridade monetária também divulgou que revisou para cima suas projeções da inflação em 2023, para 5,4% ao fim do ano. Nesse sentido, a decisão do Banco Central Europeu foi outro fator para diminuir o apetite por risco dos investidores, o que causa o enfraquecimento de ativos arriscados como commodities, ações e moedas emergentes, como o real.
TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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