Após abrir o dia em alta, o par real/dólar foi gradualmente reduzindo seus ganhos até encerrar a sessão desta quinta-feira (15) negociado a R$ 4,803, recuo de 0,2% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 102,1 pontos, variação de -0,8% ante à véspera. O mercado de divisas repercutiu o amplo enfraquecimento da divisa americana após o Banco Central Europeu aumentar sua taxa de juros, um dia após o Federal Reserve decidir manter o seu patamar de juros estável. Adicionalmente, a sinalização de que o mercado de trabalho americano possa estar se enfraquecendo também contribuiu para a desvalorização do dólar.
Variações | No dia: -0,17% | Na semana: -1,51% | No mês: -5,32% | No ano: -9,04% | Em 12 meses: -4,48% |
Enfraquecimento do dólar O dólar negociado no mercado interbancário começou o pregão em elevação, possivelmente realizando lucros em um mês com mais de 5% de ganhos, porém firmou trajetória de queda em meio ao expressivo enfraquecimento global da divisa americana. Contribuiu para este enfraquecimento a decisão do Banco Central Europeu de dar continuidade ao aperto monetário e aumentar a taxa básica de juros da autarquia em 25 pontos-base, para 3,5% ao ano, o maior patamar desde maio de 2001. Ao mesmo tempo, a autarquia revisou para cima suas projeções inflacionárias e indicou que antecipa mais reajustes de juros no futuro. A decisão do BCE promoveu uma valorização do euro ante ao dólar, em especial por contrastar com a decisão de política monetária de ontem do Federal Reserve, em que a autoridade monetária americana interrompeu o seu ciclo de altas de juros e sinalizou apenas vagamente uma intenção de realizar mais reajustes, sem se comprometer firmemente com uma data nem garantir mais aumentos de juros, citando a necessidade de acompanhar a evolução do cenário econômico.
Aumento no auxílio-desemprego Contribuiu para o enfraquecimento do dólar, também, a divulgação de que os pedidos semanais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos se mantiveram estáveis no maior patamar em um ano e meio, com 262 mil novas solicitações em uma semana. Embora seja um dado de alta frequência e que ainda seja cedo para se estabelecer uma tendência, analistas observam a possibilidade de que este seja um início de um enfraquecimento no mercado de trabalho americano, que há muito tempo se projeta em função do ciclo de alta de juros recente, porém que repetidamente se mostrou mais resiliente e aquecido que o antecipado. Um enfraquecimento no mercado de trabalho implicaria em uma menor demanda por mão de obra, que, por sua vez, reduziria o ritmo de crescimento dos rendimentos salariais, contribuindo para diminuir as pressões inflacionárias. Desta forma, haveria menor necessidade de um rígido aperto monetário pelo Federal Reserve, enfraquecendo a moeda americana.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 102,1 pontos, variação de -0,8% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo também se valorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 50,037 pontos, alta de 0,6% frente ao término de quarta-feira.
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