O par real/dólar apresentava suave tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (29). No momento da publicação deste texto (10h00min), ele era negociado ao redor de R$ 4,85, praticamente estável ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,3 pontos, alta de 0,3% em relação ao fechamento de quarta-feira. O mercado de divisas repercute a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação de junho do Banco Central (BC), que reflete uma revisão favorável tanto para crescimento econômico quanto para inflação e reforça as percepções de melhoria no ambiente macroeconômico brasileiro. No exterior, a moeda americana se valorizava após a leitura final do Produto Interno Bruto (PIB) americano vir acima das estimativas, mostrando a resiliência da atividade produtiva no país mesmo após um processo significativo de aperto monetário. Na agenda do dia, a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) de junho, às 08h00min, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou o Índice de Preços ao Produtor (IPP), às 09h00min, o Departamento do Trabalho estadunidense atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, o Ministério do Trabalho e da Previdência informa os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, às 10h30min, o Banco Central realiza entrevista coletiva sobre o RTI, às 11h00min, a Secretaria do Tesouro Nacional informa o resultado primário do governo central de maio, às 14h30min, e o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, palestra às 16h00min.
Relatório trimestral de inflação O dólar negociado no mercado interbancário operava em estabilidade na manhã desta quinta-feira, apesar de dados econômicos otimistas. Hoje, o Banco Central divulgou o Relatório Trimestral de Inflação para este 2º trimestre, o qual mostra melhora das projeções de crescimento econômico e de inflação. A previsão de crescimento do PIB de 2023 foi de 1,2%, no primeiro relatório divulgado este ano, para 2% agora. O BC também revisou suas estimativas de probabilidade do IPCA estourar o limite da meta, que era de 83% em março – quando o cenário de referência era de 5,8% – e passou para 61% agora, com cenário de referência agora em 5%. Foi enfatizado no relatório que o país passa por um processo lento de desinflação devido às expectativas desancoradas dos agentes, de maneira que o cenário ainda demanda cautela na política monetária.
Aumento do PIB dos EUA Nos Estados Unidos, o Departamento de Comércio divulgou suas revisões das estimativas para o PIB do 1º trimestre do país, as quais indicam crescimento a uma taxa anualizada de 2%. Essa foi a terceira estimativa para o indicador, após inicialmente ser divulgado um crescimento de 1,1%, o valor foi revisado para 1,3% antes de se chegar à leitura final. Os dados da economia estadunidense sinalizam um menor risco de recessão econômica, mas possivelmente maiores pressões inflacionárias. Adicionalmente, o Departamento do Trabalho dos EUA divulgou que os pedidos de auxílio-desemprego caíram na última semana e ficaram abaixo da mediana das estimativas. O número de pedidos do benefício na semana com encerramento no dia 24 de junho foi de 239.000, 26.000 pedidos a menos que a mediana das projeções (265.000 novos pedidos), de modo que o mercado de trabalho americano se mostra continuar resiliente, reforçando a leitura de uma economia ainda consideravelmente aquecida. Nesse sentido, o Dollar Index disparou nesta manhã devido aos ganhos do dólar frente a outras divisas, no entanto, o real manteve-se estável, mesmo com dados otimistas para a economia brasileira. Assim, um possível entendimento é que se trata de um movimento de correção após ganhos do real no mês levarem agentes a refazerem posições compradas, com grandes multinacionais aproveitando a conjuntura para enviar remessas de lucros para o exterior após fechamentos semestrais.
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