O par real/dólar apresentava tendência de elevação nas primeiras operações desta quarta-feira (05). No momento da publicação deste texto (09h30min), ele era negociado ao redor de R$ 4,85, variação de +0,2% ante à véspera. Já o dollar index era cotado ao redor de 103,0 pontos, praticamente estável frente ao término de terça-feira. O mercado de divisas opera em alta pelo terceiro dia consecutivo, refletindo um ambiente de cautela em meio à dificuldade da Câmara dos Deputados avançar na apreciação do projeto de lei sobre voto de desempate no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Carf (PL 2.384/2023), trazendo dúvidas sobre a capacidade de articulação legislativa do governo federal. Adicionalmente, investidores aguardam pela divulgação da ata da última decisão do Comitê Federal de Política Monetária (FOMC) do Federal Reserve (Fed), às 15h00min, que deve trazer maiores informações sobre a estratégia de juros para os Estados Unidos. Na agenda do dia, a S&P Global comunicou o Índice de Gerentes de Compras (PMI) de serviços no Brasil, às 10h00min, o Departamento do Censo informa as encomendas da indústria americana de maio, às 11h00min, o Banco Central atualiza o fluxo cambial semanal e divulga o Índice de Commodities Brasil (IC-Br) de junho, às 14h30min, e o presidente do Fed de New York, John Williams, participa de evento às 17h00min.
Impasse na Câmara O dólar negociado no mercado interbancário operava em alta na manhã desta quarta-feira, em reflexo a impasse na Câmara dos Deputados na semana em que deveriam ocorrer análises do projeto da Lei do Carf, da reforma tributária e do novo arcabouço fiscal. Como o projeto de lei sobre voto de desempate no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Carf (PL 2.384/2023) se encontra sob regime de urgência, as outras votações têm que esperar sua resolução para serem debatidas também pelo Plenário da Câmara. Contudo, o parecer do relator, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), gerou insatisfações e resistência entre os parlamentares, especialmente pela inclusão imprevista de uma medida para refinanciamento de dívidas tributárias. Sem a votação do texto de Pereira, o calendário previsto pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) se inviabiliza. Adicionalmente, crescem as dúvidas da capacidade de Lira conseguir os votos necessários para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma tributária, que exige duas rodadas com mais de 66% dos votos (308), se o líder da Casa baixa não consegue viabilizar a aprovação de um projeto de lei, que exige apenas um turno em maioria simples.
Ata do FOMC Adicionalmente, os investidores aguardam pela divulgação da ata referente à última decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve, a fim de entender mais profundamente o contexto em que se deu a decisão de pausar a alta dos juros da autarquia no último mês. Após o presidente da autoridade, Jerome Powell, dar sinais ambíguos e afirmar que ainda havia a possibilidade de fossem realizados mais aumentos na taxa básica do Fed a fim de controlar o avanço do nível de preços no país, os investidores esperam que o texto dê pistas de quais serão os próximos passos da autarquia, de modo que já antecipam mais altas em 2023.
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