Abertura de Câmbio

Enfraquecimento do dólar O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quinta-feira, com Dollar Index apresentando enfraquecimento de quase 3% desde a manhã da última sexta (07), quando marcava cerca de 103 pontos. A pressão baixista que há entre o par USDBRL se dá em razão da tendência global de depreciação da moeda americana em relação a outras divisas, que, por sua vez, ocorre em consequência à divulgação de dados econômicos sinalizando arrefecimento do avanço inflacionário na economia estadunidense. Ontem (12), os dados do Departamento do Trabalho dos EUA (DOL) mostraram que a inflação americana para junho foi mais contida que o esperado, com o indicador cheio e seu núcleo ficando abaixo da mediana das estimativas. Na última semana, a Secretaria de Estatísticas Trabalhistas (BLS) publicou o relatório de situação de emprego (payroll) relativo a junho, o qual indicava desaceleração do mercado de trabalho americano com crescimento ligeiramente menor que o esperado do número de vagas criadas. Desse modo, com a inflação tomando um ritmo menor e o mercado de trabalho se mostrando menos aquecido, os investidores sinalizam precificar os ativos já antecipando o fim do aperto monetário implementado pelo Federal Reserve, com uma última alta dos juros na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) no dia 26 de julho. Com a perspectiva de que a taxa básica da autoridade monetária americana não deve superar o intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, os títulos denominados em dólar tornam-se menos atrativos e a moeda americana é enfraquecida frente a outras divisas. 

Balança comercial chinesa Por outro lado, a Administração Geral das Alfândegas da China divulgou os resultados da balança comercial do país em junho, os quais indicam queda de 12,8% das exportações no comparativo anual, após recuo de 7,5% observado no mês anterior. A queda das exportações chinesas foi mais expressiva que o previsto pela mediana das estimativas, a qual antecipava uma queda de 9,2% em relação a junho de 2022. Para as importações, o recuo no comparativo com o mesmo mês no último ano foi de 4,5% em maio para 6,8% em junho, ao passo que se esperava uma diminuição do ritmo e queda de 4,0%. Assim, os resultados refletem uma atividade econômica global mais fraca, com menor demanda pelos produtos chineses e uma desaceleração maior da demanda interna do país, sinalizando um enfraquecimento do dinamismo tanto interno quanto externo da China. Nesse sentido, os dados da balança comercial chinesa vão na direção contrária dos resultados da economia estadunidense e tendem a ampliar o sentimento de aversão ao risco dos investidores, de modo que aumentam a busca por ativos de segurança, como o dólar, em detrimento de ativos de maior volatilidade, tais como ações, commodities e moedas de países emergentes como o real.