- Alta de juros pelo Federal Reserve e discurso de Jerome Powell relativizando moderações recentes da inflação e defendendo mais reajustes podem contribuir para o fortalecimento do dólar.
- Alta de juros pelo Banco Central Europeu, e possível indicação de novos aumentos, devem contribuir para o fortalecimento do euro diante de outras divisas e enfraquecer o real.
- Dados econômicos nos EUA podem reforçar a percepção de que a inflação no país está moderando e consolidar as expectativas de que o ciclo de altas de juros pelo Fed irá se encerrar, enfraquecendo o dólar.
- Dados econômicos no Brasil podem reforçar a percepção de que a inflação no país está moderando e há espaço para o Banco Central iniciar cortes à taxa básica de juros (Selic) em agosto, fortalecendo o real.
Resumo da semana passada
O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a semana em queda, encerrando a sessão desta sexta-feira (21) cotado a R$ 4,780, recuo semanal de 0,3%, mensal de 0,2% e anual de 9,5%. Já o dollar index fechou o pregão desta sexta cotado a 100,8 pontos, variação de +1,2% na semana, -1,7% no mês e -2,4% no ano. Em uma semana de poucos itens na agenda, o mercado de divisas repercutiu os dados fracos para o Produto Interno Bruto na China, a moderação da inflação na Europa e no Reino Unido e a melhora das projeções econômicas para o crescimento econômico e para a inflação no Brasil.
Impacto esperado no USDBRL: altista
O foco da atenção dos investidores nesta semana deve ser a decisão de política monetária do Comitê Federam de Mercado Aberto (FOMC) do Federal Reserve (Fed), na quarta-feira (26), cujas apostas no mercado futuro de juros apontam de forma quase unânime para um reajuste de 0,25 p.p. à taxa básica de juros americano, elevando-a para o intervalo entre 5,25% e 5,50% a.a.
O presidente do Fed, Jerome Powell, deve reafirmar, uma vez mais, que o Comitê está determinado em recuperar a estabilidade de preços no país e que as últimas projeções divulgadas em junho apontam para mais um reajuste no futuro. Powell deve relativizar, também, a moderação inflacionária recente, mencionando a necessidade de mais dados que confirmem uma tendência de desinflação. Contudo, após a divulgação de dados mais brandos para o mercado de trabalho e, principalmente, para a inflação de junho nos Estados Unidos, analistas antecipam que este deve ser a última alta de juros, encerrando o processo de aperto monetário após 16 meses e 5,25 pontos base. Além disso, mais que acreditar que este será o ponto de máximo, as apostas no mercado futuro antecipam cortes agressivos aos juros americanos a partir do primeiro trimestre de 2024 por anteciparem um enfraquecimento da atividade econômica, do mercado de trabalho e das pressões de preços que exigiriam uma flexibilização por parte do banco central estadunidense.
Impacto esperado no USDBRL: baixista
Cabe destaque, também, às divulgações de dados econômicos americanos nesta semana. Na quinta-feira (27), será divulgada a primeira prévia do Produto Interno Bruto do segundo trimestre, com expectativa de crescimento de 1,8%. E na sexta-feira (28), será publicado o Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), com expectativa de desaceleração tanto para o índice geral como para o seu núcleo, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, tal como observado com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) há duas semanas, consolidando as expectativas do fim do ciclo de altas de juros nos EUA.
Impacto esperado no USDBRL: baixista
Em uma semana de agenda cheia, com estatísticas fiscais, do setor externo, monetária e de crédito e dados para o mercado de trabalho, cabe destaque à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de julho, a última leitura inflacionária antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), na próxima semana. Investidores aguardam por uma nova desaceleração do dado, e observarão com especial atenção os números do núcleo do índice e dos preços de serviços, que tem apresentado uma queda mais vagarosa e tem sido foco de preocupação do BC ao se considerar a possibilidade de uma flexibilização monetária.
Impacto esperado no USDBRL: altista
Nesta semana, o Banco Central Europeu (BCE) deve reajustar sua taxa básica de juros em 0,25 p.p., elevando-a para 3,75% a.a. Nas últimas decisões de política monetária, o BCE sinalizou a intenção de manter o ritmo de altas de juros para as próximas decisões, mencionando a resiliência do núcleo dos índices de preços como principal motivador de seu aperto monetário. Contudo, dado a recente moderação nesta métrica nos últimos meses, analistas se questionam se o banco central da área do euro manterá essa sinalização de mais uma alta de juros para a decisão subsequente ou se, possivelmente, a autoridade monetária indicará a possibilidade de uma pausa nos reajustes.
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