O par real/dólar apresentava tendência de baixa nas primeiras operações desta quinta-feira (27). No momento da publicação deste texto (10h00min), ele era negociado ao redor de R$ 4,71, recuo de 0,4% em relação ao fechamento de quarta-feira. Já o dollar index era cotado ao redor de 101,1 pontos, praticamente estável ante à véspera. O mercado de divisas repercute a expectativa pela decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Um dia após o Federal Reserve ter elevado sua taxa referencial de juros em 0,25 p.p., o BCE realizou um reajuste de mesma magnitude e manteve em aberto a possibilidade de uma nova alta na decisão de setembro. Adicionalmente, investidores refletem a divulgação da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) americano acima das estimativas para o segundo trimestre, revelando que o crescimento da economia dos Estados Unidos continua resiliente mesmo após um longo processo de aperto monetário. Na agenda do dia, o Banco Central informou as estatísticas monetárias e de crédito de junho, às 08h30min, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) comunicou dados para o mercado de trabalho de junho e o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de junho, às 09h00min, o Departamento do Trabalho americano atualizou os pedidos semanais de auxílio-desemprego, às 09h30min, o Ministério do Trabalho e Previdência anuncia os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de junho, às 14h00min, e a Secretaria do Tesouro Nacional publica o Resultado Primário do Governo Central de junho, às 14h30min.
Crescimento do PIB nos EUA O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta quinta-feira, na contramão do cenário internacional, em um dia marcado pela decisão de política monetária europeia e por dados econômicos americanos mais fortes que o antecipado. O dollar index, que pondera o valor da moeda americana ante uma cesta de divisas de economias avançadas, avançava em 0,6% após a divulgação de que o PIB americano cresceu 2,4% em uma taxa anualizada no segundo trimestre de 2023, ante estimativa mediana de 2,0%, mostrando que a demanda no país permanece resiliente mesmo após um longo processo de aperto monetário feito pelo Federal Reserve. Adicionalmente, os pedidos semanais de auxílio-desemprego continuaram em queda nesta semana, com 221 mil novas solicitações, refletindo que o mercado de trabalho também se mantém com baixa disponibilidade de mão de obra e elevada demanda. Assim, investidores elevaram sua demanda por ativos americanos, impulsionando o valor do dólar.
Decisão do BCE Contribuiu para o fortalecimento externo da moeda americana, também, a decisão de política monetária do BCE sem indicar novas altas de juros em setembro. Nesta manhã, o Banco Central Europeu reajustou sua taxa básica de juros para o maior valor da história da autoridade monetária, passando-a de 3,50% a 3,75% a.a. Em seu comunicado, o BCE afirmou que se mantém preocupado com o elevado valor do núcleo da inflação, que exclui os voláteis componentes de energia e alimentação, ao mesmo tempo em que se atenta ao sinais de desaceleração econômica e de contração das condições financeiras. Para as próximas decisões, a instituição procurou manter as possibilidades em aberto, afirmando apenas que buscará garantir que a taxa de juros se mantenha em “níveis suficientemente restritivos enquanto for necessário”, sem se comprometer nem descartar novos aumentos no futuro.
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