O par real/dólar se manteve em elevação ao longo desta terça-feira (15), encerrando a sessão negociado a R$ 4,988, alta de 0,4% em relação ao fechamento de segunda-feira. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 103,2 pontos, praticamente estável ante à véspera. O mercado de divisas repercutiu, mais uma vez, ao ambiente internacional desfavorável a ativos arriscados, em meio a dados fracos para a economia chinesa, receios de elevação nos juros dos EUA e turbulência na tramitação da pauta econômica do governo brasileiro junto ao Legislativo.
Crescimento do varejo americano O dólar negociado no mercado interbancário fechou a sessão desta terça-feira em alta, refletindo um ambiente de negócios internacional avesso ao risco e favorável ao fortalecimento da moeda americana. Nesta manhã, o Departamento do Comércio estadunidense informou que as vendas do varejo cresceram mais que o projetado, aumentando 0,7% em julho ante estimativa mediana de 0,4%. O núcleo do indicador, que exclui vendas de partes automotivas e combustíveis, cresceu 1,0% contra estimativa mediana de 0,4%. O dado surpreendeu analistas ao mostrar que a demanda dos consumidores se mantém vigorosa mesmo diante de uma moderação da inflação, sugerindo que a economia do país pode manter um crescimento econômico maior que o esperado mesmo enquanto recupera a estabilidade de preços.
Piora no cenário chinês Contribuiu para o enfraquecimento do real, também, a publicação de novos dados econômicos piores que o antecipado para a economia chinesa, desta vez a produção industrial e as vendas do varejo de julho. Imediatamente antes da divulgação dos dados, o banco central do país inesperadamente reduziu uma das taxas de juros referenciais do país, diminuindo os juros dos empréstimos de um ano de 2,65% a.a. para 2,50% a.a. Embora a medida tenha sido feita para ampliar a liquidez e estimular o sistema financeiro, ela não impediu o mau desempenho dos ativos chineses da sessão, que se transmitiu para outros ativos arriscados, como commodities e moedas de países exportadores de produtos primários, como o real.
Desentendimento entre Lira e Haddad Por fim, influenciou negativamente o desempenho de ativos locais conflitos entre o Executivo e o Legislativo após a divulgação de entrevista de Fernando Haddad a um podcast em que o ministro da Fazenda afirma que a Câmara dos Deputados está “com muito poder” e que este poder não pode ser usado para “humilhar” o Senado Federal e o Poder Executivo. Segundo Haddad, a desproporção de forças seria tamanha que o país viveria como em um “parlamentarismo sem primeiro-ministro”. As falas do ministro da Fazenda foram mal-recebidas, visto que se adiou para a próxima semana a reunião de líderes partidários na Câmara dos Deputados agendada para discutir o texto do Projeto de Lei do arcabouço fiscal (PLP 93/2023), ameaçando atrasar a votação da matéria.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 103,2 pontos, praticamente estável ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, a lira turca, o rand sul-africano e a rúpia indiana também se desvalorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 47,549 pontos, recuo de 0,2% em relação ao fechamento de segunda-feira.
Este documento contém opiniões do autor e não necessariamente reflete as estratégias da StoneX. As previsões de mercado são especulativas e podem variar. O investidor é responsável por qualquer decisão baseada neste material. A StoneX só negocia com clientes que atendem aos critérios legais. O aviso legal completo está em https://brasil.stonex.com/aviso-legal/.
É proibida a cópia ou redistribuição deste material sem permissão da StoneX.
© 2024 StoneX Group, Inc.