Fechamento de Câmbio

Câmbio fecha a segunda em alta, cotado a R$ 4,979
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Dólar reflete pressão de juros americanos e preocupação com economia chinesa

Após abrir as operações em queda, a taxa de câmbio firmou tendência de elevação ao longo desta segunda-feira (21) e encerrou a sessão negociada a R$ 4,979, variação de +0,3% ante à véspera. Já o dollar index terminou o pregão cotado a 103,3 pontos, recuo de 0,1% em relação ao fechamento de sexta-feira. Em dia de agenda esvaziada, o mercado de divisas repercutiu o ambiente externo avesso ao risco, em meio a preocupações com a economia chinesa e à elevação consistente na taxa de juros para títulos do Tesouro americano (Treasuries).

Variações | No dia: +0,26% | Na semana: +0,26% | No mês: +5,29% | No ano: -5,70% | Em 12 meses: -3,66% |

Preocupações com a China O dólar negociado no mercado interbancário encerrou a sessão desta segunda-feira em leve alta, após oscilar em margem estreita em um dia de agenda vazia e pouco apetite por riscos no cenário internacional. Nesta madrugada, o Banco Central da China reduziu a taxa básica dos juros de empréstimos de um ano (referência em créditos para o consumidor e empresas) em 0,10 p.p., de 3,55% a.a. para 3,45% a.a., e manteve inalterada a taxa básica de juros de empréstimos de cinco anos (referência para o setor imobiliário), em 4,20% a.a. A mediana das expectativas de analistas era de um corte de 0,15 p.p. para ambas. Se por um lado, a recuperação econômica está bem abaixo do que o esperado pelas autoridades do país e pelos economistas, justificando a adoção de estímulos monetários e fiscais, por outro, a desvalorização recente do yuan preocupa a autoridade monetária, que busca fixar o valor de sua moeda e pode ter se preocupado com uma saída de investidores estrangeiros caso reduzisse demasiadamente o diferencial de juros em relação a outras economias relevantes. De toda forma, os investidores reavaliam suas expectativas para a segunda maior economia global, reduzindo suas previsões de crescimento e, consequentemente, de demanda por commodities alimentícias, metálicas e energéticas, o que, por sua vez, prejudica o desempenho de moedas de países exportadores de produtos primários, como o Brasil.

Rendimentos maiores dos Treasuries Contribuiu para o enfraquecimento do real, também, a alta consistente dos juros dos títulos do tesouro americano (Treasuries) de 10 anos, que estão em seu maior patamar desde outubro de 2007. Esse movimento é explicado, por sua vez, por uma postura mais firme do Federal Reserve (Fed), que mencionou “riscos significativos para cima” para a inflação e não excluiu a possibilidade de novas altas de juros ainda este ano em sua última ata de decisão de política monetária, e por uma sequência de dados econômicos robustos para a economia americana que põem em dúvida as apostas de cortes de juros pelo Fed no curto prazo. A perspectiva de juros maiores nos EUA fortalece a moeda americana diante de outros pares e, por consequência, enfraquece o real.

Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 103,3 pontos, recuo de 0,1% em relação ao fechamento de sexta-feira. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano, a rúpia indiana e o rublo russo se valorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 47,797 pontos, variação de +0,1% ante à véspera.

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