Abertura de Câmbio

Alívio da aversão ao risco pressiona par real/dólar
 
Leonel Oliveira Mattos
Alan Lima
Vitor Andrioli
Câmbio é negociado a R$ 4,92, descolado da tendência do DXY

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 4,917 (-0,4%)
▲ Dollar Index (DXY): ~105,54 pontos (+0,2%)

As cotações do dólar no mercado de câmbio doméstico devolviam parte do terreno conquistado na véspera, em manhã caracterizada por certo alívio na aversão ao risco. Às 9h15 desta sexta-feira (22), a taxa de câmbio da moeda brasileira era negociada a R$ 4,917, em baixa de 0,4%

No exterior, o dollar index ganhava força ao repercutir a decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ), de manter sua postura ultra suave e conservar a taxa de referência em -0,1% até que seja possível “antecipar que a inflação alcançará a meta de preços [+2% a.a.] estável e sustentavelmente”. A falta de uma sinalização sobre possível mudança na política de juros negativos, em uma semana em que o Fed sinalizou a continuidade de uma política monetária rígida por mais alguns anos, resultou em pressão sobre o iene japonês. Por volta das 9h15 (Brasília), o dollar index era negociado a 105,54 pontos, em alta diária de 0,2%.

Os futuros acionários em Wall Street operavam no positivo antes da abertura do pregão, após algum recuo nos rendimentos dos treasuries, que atingiram durante a madrugada seus maiores níveis desde 2007. Os títulos de 2 e 10 anos chegaram a registrar taxas de 5,2% e 4,5% nas máximas desta sexta-feira, mas cediam seus avanços esta manhã.

Agenda do dia:
•    Decisão de Política Monetária do Banco do Japão (BoJ) – 0h00.
•    Prévia dos PMIs - Zona do Euro (S&P Global) – 5h00.
•    Prévia dos PMIs - EUA (S&P Global) – 10h45.
•    Posição dos agentes - COT (CFTC) – 16h30.

Suspensão das exportações de petróleo russo Os preços internacionais do petróleo voltaram a avançar nesta sexta, em resposta à decisão da Rússia de interromper temporariamente suas exportações de óleo bruto e diesel alegando a necessidade de corrigir desequilíbrios em seu mercado interno. O anúncio feito ontem (21), não traz detalhes sobre a duração dessa suspensão e se contratos já firmados de fornecimento serão revistos. A decisão coincide com a aproximação do inverno no Hemisfério Norte e é semelhante à medida adotada para o gás natural em 2022, em retaliação ao apoio da União Europeia à Ucrânia e às sanções adotadas contra a economia russa devido à guerra. Ainda não são claros os efeitos potenciais do banimento das exportações de petróleo e diesel da Rússia sobre os combustíveis no Brasil e sobre a inflação, mas são prováveis ao menos impactos de curto prazo sobre os preços nas bombas e outros custos associados ao diesel e derivados.

Para mais informações sobre o anúncio da Rússia e seus efeitos para o mercado doméstico, confira o Diário de Petróleo de hoje.

BoJ mantém postura ultra suave Completando a super semana, marcada por diversas decisões importantes de política monetária, o BoJ decidiu manter constantes as taxas de referência para a economia do país. Os juros de curto prazo que remuneram depósitos foram mantidos em território negativo, em -0,1%, e a meta para o rendimento dos títulos governamentais (JGB) de 10 anos em 0%. O BoJ também não alterou o teto dos rendimentos para os papeis de 10 anos definido em julho, em 1%. Citando o cenário externo incerto, a autoridade monetária julgou ser apropriado manter a paciência e “alterar a política se o atingimento da meta puder ser antecipado”. Em agosto a inflação ao consumidor japonês acumulou alta anual de 3,2%, superando a meta do BoJ de 2%. A continuidade da postura ultra suave se traduziu em pressão sobre o par iene/dólar, que chegou a ser negociado a ¥148,42, muito próximo do patamar psicológico de ¥150, considerado um gatilho para intervenções do governo no mercado de câmbio local.

PMI preliminar da zona do euro Adicionalmente, nesta manhã foram divulgados os resultados preliminares do índice gerente de compras (PMI) para a zona do euro em setembro. A prévia do PMI consolidado do bloco ficou acima do previsto pela mediana das estimativas (46,5) e marcou 47,1 pontos neste mês, o quarto resultado consecutivo abaixo da marca de 50 pontos — isto é, abaixo do patamar neutro e, portanto, indicando retração da atividade econômica na região. Ainda assim, o desempenho de setembro apresentou melhora em relação ao verificado em agosto, quando o indicador consolidado ficou em 46,7. Para o índice de serviços, o resultado prévio registrou um leve aumento, ficando em 48,4 pontos, contra o valor de 47,9 reportado em agosto. O PMI industrial, contudo, apresentou uma ligeira piora, indo de 43,5 para 43,4. Os dados foram divulgados uma semana após a decisão de política monetária do Banco Central Europeu de aumentar a taxa de juros da instituição para o maior nível da sua história, de modo que os dirigentes, frente à indicação dos dados de que há uma recessão econômica iminente, decidiram priorizar o combate às pressões inflacionárias. Desse modo, amplia-se a leitura de que o continente europeu possa enfrentar uma retração econômica neste trimestre, levando os investidores a buscar a proteção de ativos considerados seguros e menos expostos ao desempenho da economia do bloco, o que tende a fortalecer o dólar frente a outras divisas.  

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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