Sem alta de juros pelo Fed O dólar negociado no mercado interbancário operava em forte baixa na manhã desta quinta-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,13 (10h20min), em um efeito atrasado de eventos ocorridos durante o feriado de 01 de maio. Globalmente, a moeda americana se enfraqueceu na tarde de ontem após a decisão de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que, conforme era largamente antecipado, manteve os juros inalterados no intervalo entre 5,25% e 5,50% a.a. Além disso, o Comitê notou que “a ausência de progresso adicional” na moderação da inflação americana, após três meses de dados mais aquecidos que o esperado, significa que o início dos cortes de juros pela instituição “vai demorar mais do que o anteriormente previsto”. Powell, por sua vez, afastou a possibilidade de altas de juros no curto prazo, afirmando, essencialmente, que as opções que o Fed considera hoje são a manutenção dos juros estáveis por mais tempo ou cortes de juros se a inflação voltar a moderar. A reiteração da intenção de cortes de juros, mesmo que adiados, e o afastamento da possibilidade de novas altas pelo Federal Reserve diminuíram sensivelmente a aversão global a riscos, o que beneficiou o desempenho de ativos arriscados, como commodities e moedas de países emergentes.
Melhora na perspectiva do crédito Adicionalmente, contribui para o fortalecimento do real o comunicado da agência de classificação de riscos Moody’s, que manteve a classificação de risco do crédito soberano do Brasil em Ba2, porém alterou a perspectiva do país de “estável” para “positiva”. A agência informou que a melhora da perspectiva decorre de “um crescimento mais robusto, combinado com um progresso contínuo, embora gradual, em direção à consolidação fiscal, pode permitir a estabilização do peso da dívida do Brasil”, porém que manteve a classificação Ba2, pois “reflete uma solidez fiscal ainda relativamente fraca, dada a rigidez dos gastos do Brasil, o elevado peso da dívida e a fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros”. Ainda assim, a mudança da perspectiva pela agência elevou o otimismo de investidores quanto às perspectivas da dívida pública brasileira e reduziu a exigência de prêmios de riscos pelos agentes, favorecendo a demanda por ativos domésticos e fortalecendo o real.