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Copom mais firme, imprevisibilidade aumenta O dólar negociado no mercado interbancário subiu mais de 1,0% nesta quinta-feira, na contramão do enfraquecimento generalizado da moeda americana no pregão e alçando o real ao pior desempenho entre seus pares na sessão, repercutindo a decisão do Copom anunciada após o término do pregão de ontem. Pela primeira vez desde agosto do ano passado, não houve consenso entre os participantes, com cinco votos pela redução da taxa básica de juros (Selic) em 0,25 p.p. (diretores indicados pelo ex-presidente Bolsonaro) contra quatro votos pela redução em 0,50 p.p. (diretores indicados pelo presidente Lula). O tom do comunicado foi marcadamente mais firme, com o Comitê informando que, unanimemente, “avalia que o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela [na condução da política monetária]”. Além disso, a sinalização futura (“foward guidance”) foi retirada do documento, citando o grau de incerteza conjuntural mais elevada. Embora a redução do ritmo de cortes, de 0,50 p.p. para 0,25 p.p., melhore as perspectivas para o diferencial de juros e deva contribuir para a atração de investimentos externos, o que atua para fortalecer o real e diminuir a taxa de câmbio real/dólar, o que se destacou na decisão para os investidores foi a elevação da incerteza para a condução da política monetária, que resulta em cautela mais elevada e a pressão altista para a taxa de câmbio. A diminuição da previsibilidade da política monetária é consequência da remoção da sinalização futura do Comitê, que se mantém flexível para ajustar a taxa Selic conforme o cenário econômico se alterar, da piora das estimativas para as variáveis macroeconômicas feitas pelo Comitê, dos próprios alertas do Copom para a “incerteza muito grande” do quadro atual e, principalmente, pela divergência dos votos entre os participantes. Como a divisão foi bastante clara, com membros indicados pela gestão passada do Executivo adotando uma postura mais rígida e membros indicados pela atual gestão defendendo uma conduta mais branda contra a inflação, elevaram-se os receios entre investidores sobre uma possível mudança de postura e conduta no Copom após os próximos dois diretores indicados pelo atual governo assumirem suas posições, em 2026.
Fraqueza no dólar após dado de auxílio-desemprego O enfraquecimento do real contrastou com as perdas generalizadas da moeda americana no exterior após os pedidos semanais de auxílio-desemprego surpreenderem e alcançarem o maior valor desde agosto do ano passado. Embora seja um dado de alta frequência e mais observações sejam necessárias, a informação sugere que o mercado de trabalho nos EUA possa estar perdendo dinamismo, o que tende a reduzir o ritmo de aumentos salariais e, dessa forma, contribuiria para diminuir pressões inflacionárias no país. Assim, o dado resultou em uma elevação nas apostas de cortes de juros pelo Federal Reserve, o que piora as perspectivas de rendimentos de títulos de dívida denominados em dólar e enfraquece a moeda frente outras divisas.
Mercado de moedas No cenário externo, o dollar index terminou o pregão cotado a 105,2 pontos, variação de -0,3% ante à véspera. Moedas pares do real, como o peso chileno, o peso colombiano, o peso mexicano, o rand sul-africano e a rúpia indiana se valorizaram em relação à divisa americana, e o Índice de Moedas Emergentes do J.P. Morgan terminou a sessão cotado a 46,773 pontos, avanço de 0,3% frente ao término de quarta-feira.
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