Abertura de Câmbio

Câmbio começa a terça em baixa, cotado ao redor de R$5,13
 
Leonel Oliveira Mattos
Lucca Bezzon
Vitor Andrioli
 
Dólar deve refletir ata do Copom e PPI americano

▼ Taxa de câmbio (USDBRL): ~R$ 5,13 (-0,4%)
▼ Dollar Index (DXY): ~105,0 pontos (-0,3%)

O mercado de divisas repercute a publicação da ata da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana passada, que busca esclarecer a divisão na postura de entre seus membros, enquanto aguarda pela divulgação do Índice de Preços ao Produtor (PPI) americano para ajustar expectativas para a inflação no país.

Agenda do dia (horário de Brasília):

  • Ata da decisão de política monetária do Copom (BC) – 08h00min.
  • Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de março do Brasil (IBGE) – 09h00min.
  • Índice de Preços ao Produtor (PPI) americano de abril (BLS) – 09h30min,
  • Palestra da membra do Conselho de Governadores do Federal Reserve, Lisa Cook – 10h10min.

Surpresas no PPI O dólar negociado no mercado interbancário operava em queda na manhã desta terça-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,13 (10h40min), apresentando volatilidade elevada imediatamente após a divulgação do PPI americano. Em uma primeira impressão, abril apresentou uma nova alta acima da mediana das estimativas, com crescimento mensal de 0,5% tanto no índice geral quanto em seu núcleo, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia. A princípio, isso sinaliza que a inflação nos EUA pode se tornar mais persistente e reduzir a possibilidade de cortes de juros pelo Federal Reserve, resultando em um fortalecimento imediato da moeda americana. Entretanto, os dados para o mês de março foram revisados significativamente para baixo, passando de +0,2% para -0,1% tanto no índice cheio quanto no núcleo. Dessa forma, a alta acumulada em 12 meses ficou muito próxima ao esperado, com o índice cheio acumulando crescimento de 2,2% (em linha com o estimado) e o núcleo aumento de 2,4% (estimativa mediana de 2,3%). Essa revisão diminuiu os temores de uma inflação persistente nos EUA, e o dólar passou a enfraquecer internacionalmente.

Ata do Copom mais firme Adicionalmente, contribui para o fortalecimento do real a publicação da ata da decisão de quarta passada (08) do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que buscou explicitar a divergência entre seus integrantes e mostrar coesão após um placar dividido na redução para a taxa básica de juros (Selic). Todos os membros do Comitê avaliaram que a política monetária precisa ser conduzida com maior cautela e firmeza contra a inflação “diante do cenário global incerto e do cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas [para a inflação] desancoradas”. A divergência para a decisão de reduzir o ritmo de cortes da taxa Selic de 0,50 p.p. para 0,25 p.p. ocorreu, segundo o documento, por uma divergência sobre quanto o cenário econômico se alterou entre a reunião de março e a de maio e se valeria a pena não seguir a sinalização futura (“foward guidance”) manifestada em março. Para o grupo majoritário (os cinco integrantes indicados pelo ex-presidente Bolsonaro) o quadro econômico se alterou significativamente e é “muito mais importante” mostrar compromisso com o combate à inflação e com a ancoragem das expectativas inflacionárias do que um “eventual custo reputacional de não seguir um guidance”. Para o grupo minoritário (os quatro integrantes indicados pelo presidente Lula), contudo, o cenário não divergiu significativamente em relação ao esperado “a ponto de valer o custo reputacional de não seguir o guidance”. No geral, o documento foi tido como um sinal de que o Copom deve reduzir menos que o antecipado a taxa básica de juros, o que melhora as perspectivas para o diferencial de juros brasileiro e pode contribuir para a atração de investimentos externos, fortalecendo o real.

TABELA DE INDICADORES ECONÔMICOS
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Fontes: Banco Central do Brasil; B3; IBGE; Fipe; FGV; MDIC; IPEA e StoneX cmdtyView.
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