Medidas de estímulo ao setor imobiliário chinês O dólar negociado no mercado interbancário apresentava leve queda na manhã desta sexta-feira, quando era cotado ao redor de R$ (), repercutindo um ambiente externo mais favorável a ativos arriscados após a divulgação de indicadores chineses e de um pacote de estímulos econômicos no país. Na sessão de hoje, o governo chinês anunciou um pacote robusto de medidas para impulsionar o seu setor imobiliário e amenizar a crise do segmento nos últimos anos. O estímulo prevê a disponibilização de US$ 138 bilhões em créditos direcionados para o setor, a remoção de um piso mínimo para taxas de financiamentos hipotecários, a redução dos valores mínimos exigidos para entrada em novas propriedades e a permissão para compra de "algumas propriedades" privadas por companhias estatais. O setor imobiliário representa pouco mais de 20% do PIB chinês e é um dos principais vetores de crescimento da economia. Além disso, por ser culturalmente a principal forma de poupança da população, impacta significativamente o estoque de riqueza das famílias e suas previsões de consumo. Espera-se do estímulo, então, a melhoria na demanda do setor privado para recuperar o dinamismo do setor, que apresentou queda de 9,8% nos investimentos no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado e cujos preços de novas residências já acumulam dez meses seguidos de baixa.
Dados mistos para a China Adicionalmente, dados econômicos para o mês de abril na China apresentaram resultados ambíguos. Por um lado, a produção industrial passou de uma alta anualizada de 4,5% em março para 6,7% em abril, acima da mediana das estimativas de analistas, que apontava para crescimento de 5,5%. O setor industrial tem sido beneficiado pelo crescimento das exportações, especialmente nos segmentos de tecnologia, como chips e circuitos integrados, e veículos elétricos. Contudo, as vendas do varejo no mês de abril reduziram seu ritmo de expansão, passando de um aumento acumulado em 12 meses de 3,1% em março para 2,3% em abril, bem abaixo da estimativa mediana de 3,8%. Os indicadores apresentam um panorama econômico desigual para o país, indicando uma demanda externa mais aquecida que a demanda interna e sugerindo a necessidade de mais estímulos fiscais e monetários para que a economia atinja a meta de crescimento de 5% em 2024.