Taxa Ptax de fim de mês O dólar negociado no mercado interbancário apresentava tendência alta nas primeiras operações desta terça-feira, quando era cotado ao redor de R$ 5,23 (11h00min). O volume de negócios pode ser menor que o habitual por conta da emenda de feriado, mas pode apresentar maior volatilidade dentro das janelas de horários utilizadas pelo BC para o cálculo da taxa Ptax de fim de mês, entre as 10h00min e as 13h10min. A taxa Ptax é uma referência divulgada diariamente pelo BC e seu valor de fim de mês é muito utilizado em contratos de câmbio e derivativos. Desta forma, os operadores do mercado intensificam suas operações durante estes intervalos, disputando a sua definição.
PCE de abril em linha com as estimativas No exterior, a moeda americana se enfraquecia após a divulgação do PCE americano de abril, em linha com as estimativas de analistas, com alta de 0,3% no indicador cheio e 0,2% no núcleo do índice, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia. Adicionalmente, o crescimento das despesas dos consumidores perdeu força, passando de um aumento de 0,7% em março para 0,2% em abril. Estes números reforçam a percepção de que a inflação perdeu força no mês de abril e que há um espaço maior para cortes de juros pelo Federal Reserve. Isto, por sua vez, tende a prejudicar o desempenho de ativos denominados em dólar e desvaloriza a divisa globalmente.
Inflação maior na área do euro Por outro lado, os números mais aquecidos que o esperado para a inflação na área do euro contrastam com o dado americano e contribui para o enfraquecimento do real. A prévia para o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de maio do bloco de moeda unificada aumentou mais que o estimado por especialistas, passando de uma alta anual de 2,4% em abril para uma de 2,6% em maio, no indicador cheio, enquanto o núcleo do índice, que exclui os voláteis componentes de alimentação e energia, passou de um aumento anual de 2,7% para 2,9% no mesmo período. O dado sugere que a moderação inflacionária na Europa, em particular, e global, em geral, pode ser mais lenta e incerta do que se antecipava, e reforça temores de que o processo de cortes de juros pelos bancos centrais das principais economias globais possa ser menor e mais lento. Isto, por sua vez, eleva a aversão a riscos de investidores, que se mantém mais posicionados em moedas consideradas “portos-seguros” e tende a fortalecer o dólar ante divisas de economias emergentes, tal como o real.
Desaceleração da China Por fim, contribui para o enfraquecimento do real, também, os números mais fracos que o antecipado para o PMI de maio na China. De acordo com o Escritório de Estatísticas Nacionais do país (NBS), a atividade industrial passou de 50,4 pontos em abril para 49,5 pontos em maio, abaixo da estimativa mediana de 50,5 pontos, ao passo que o setor de serviços passou de 51,2 pontos para 51,1 pontos no mesmo período, também abaixo da projeção mediana de 51,5 pontos. Tais leituras reforçam a percepção de que a segunda maior economia global está diminuindo seu ritmo de crescimento e que será desafiador atingir a meta oficial de crescimento do Produto Interno Bruto de 5% em 2024 sem novos estímulos fiscais e monetários consideráveis pelo governo. Isto, por sua vez, prejudica o desempenho de ativos arriscados, como commodities e moedas de países exportadores de produtos primários, tal como o real.