Câmbio termina terça em alta, cotado a R$ 5,455
Dólar reflete mau humor externo e pessimismo local
▲ Taxa de câmbio (USDBRL): R$ 5,455 (+1,2%)
▲ Dollar Index (DXY): 105,6 pontos (+0,1%)
O mercado de divisas repercutiu uma sessão de aversão global a ativos arriscados, reforçado pela percepção elevada de riscos fiscais no Brasil consolidada nas últimas semanas.
Variações | No dia: +1,19% | Na semana: +0,24% | No mês: +3,88% | No ano: +12,43% | Em 12 meses: +14,44% |
Aversão ao risco global e interna O dólar negociado no mercado interbancário devolveu as perdas acumuladas nas últimas duas sessões e subiu mais de 1% nesta terça, quando a percepção de riscos para ativos brasileiros prevaleceu sobre a publicação da ata da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e de declarações do diretor de Política Monetária da instituição, Gabriel Galípolo, defendendo uma postura mais cautelosa e firme do Comitê para reancorar as expectativas inflacionárias dos investidores. Dados de arrecadação federal para o mês de maio também poderiam ter contribuído para um fortalecimento do real, visto que o dado veio acima das estimativas de analistas e registrou o maior nível de receitas ante o mesmo mês de anos anteriores, sexto recorde consecutivo. Contudo, a maior aversão a riscos no cenário global, que contribuiu para o fortalecimento do dólar frente a outras divisas, e o ceticismo e pessimismo de investidores frente a ativos brasileiros acabaram se sobrepondo e penalizando o desempenho da moeda brasileira.
Copom mais firme A ata da última decisão do Copom apresentou tom mais firme, tal qual o comunicado da semana passada, afirmando que “o cenário prospectivo de inflação se tornou mais desafiador, com o aumento das projeções de inflação de médio prazo, mesmo condicionadas em uma taxa de juros mais elevada”, o que levou o comitê a “conclui[r] unanimemente pela necessidade de uma política monetária mais contracionista e mais cautelosa, de modo a reforçar a dinâmica desinflacionaria” e recuperar a “ancoragem das expectativas [de inflação] em torno de suas metas”. Adicionalmente, o documento mencionou que os integrantes do Comitê debateram a possibilidade de alterar o balanço de riscos da instituição, que permanece inalterado desde novembro, porém a maior parte dos integrantes decidiu mantê-lo simétrico por concluir que “parte da assimetria altista relacionada à atividade já havia sido incorporada no próprio cenário central, com a reavaliação do hiato do produto”. Por fim, a ata “reforç[ou] a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”. Embora se esperasse que o posicionamento mais duro do Copom pudesse retirar parcialmente a exigência de prêmios de riscos por investidores para ativos brasileiros, o fortalecimento expressivo na sessão de ontem, o movimento externo de valorização da moeda americana e o mau humor interno acabaram por contribuir para que o real se desvalorizasse.
Mercado de moedas
Fonte: StoneX cmdtyView. Elaboração: StoneX.
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